Reconhecida nacionalmente pelas iniciativas de sustentabilidade, a cidade de Palmas, capital do Tocantins, é palco de importantes discussões sobre desenvolvimento sustentável como o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, as Cidades Emblemáticas e as Finanças Climáticas.
O debate acontece durante o 2º Encontro Nacional do Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade e o XXVIII Encontro Nacional do Fórum dos Secretários e Secretárias de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras (CB27), que foram realizados simultaneamente durante os dias 6 e 7 de junho e integram a programação da Semana do Meio ambiente na mais jovem capital do país.
“O tema central desse esse pacto gira em torno da ação climática local. O Acordo de Paris é um acordo feito pelos representantes dos países das nações e aí é necessário que os prefeitos também tenham a oportunidade de demonstrar o seu compromisso e de implementar no nível local as políticas que vão responder, por um lado a redução de emissões de gases do efeito estufa que vão contribuir para conter o aquecimento global, e por outro lado é um acordo que vai promover mais resiliência na cidade, contribui para prevenir as cidades em relação aos eventos extremos da natureza”, explicou o secretário executivo do Iclei, Rodrigo Perpétuo.
As iniciativas do pacto buscam também habilitar melhor os gestores e as cidades através de um preparo técnico para enfrentar crises advindas de eventos climáticos.
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Matrizes energéticas
Uma das razões que levaram à escolha de Palmas como cidade sede das discussões foi a iniciativa Palmas Solar, que além de fazer alterações na matriz energética dos prédios municipais, também concede incentivos fiscais para que a iniciativa privada faça a conversão.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Eduardo Tadeu, explica que o Palmas Solar é um projeto que já é conhecido no Brasil como um exemplo a seguir, e que o Fórum serve para que as cidades compartilhem e conheçam boas práticas de sustentabilidade.
“O país inteiro tem experiências muito interessantes de produção de energia fotovoltaica em equipamentos públicos, mas incentivo como tem no caso de Palmas para a colocação dessas placas de geração de energia solar fotovoltaica em locais privados, essa compensação fiscal, é uma experiência muito importante, Palmas saiu na frente e já tem quase 30% da sua energia geral dessa maneira”, avaliou Eduardo.
Para ele, a lógica da da sustentabilidade e da proteção do meio ambiente têm que se tornar uma cultura, pois fazemos parte da mesma natureza.
“Eu acho que essa semana aqui está sendo muito importante para Palmas para o Brasil. Ontem o presidente Lula anunciou uma série de projetos que vão beneficiar também a sustentabilidade tanto do ponto de vista econômico, como do ponto de vista social, como custo ambiental. Eu acho que fundamentalmente a sustentabilidade é um banquinho de com essas três pernas, se não tiver uma dessas pernas não tem sustentabilidade”, finalizou.
Outras temáticas além da energia solar fizeram parte da discussão como a substituição da iluminação pública por lâmpadas econômicas e inteligentes e a atualização das frotas de ônibus por modelos mais modernos movidos a energia elétrica, produzida pela captação com placas solares.
Premiação
A Prefeitura de Palmas foi uma das sete cidades condecoradas com as medalhas do Pacto Global. A premiação é uma iniciativa da União Europeia por meio do projeto GCoM Américas. Os municípios condecorados atingiram marcas expressivas nas jornadas rumo à promoção de territórios resilientes e adaptados à emergência climática. Os dados que embasaram a premiação dos municípios foram reportados por meio do Sistema Unificado de Reporte CDP-Iclei em 2022.
“Fico feliz e orgulhosa em ver nossas práticas, ações e políticas de mitigação serem reconhecidas. Palmas merece todo o nosso empenho para fortalecer a utilização racional e consciente dos nossos recursos naturais, buscando, sempre, a preservação destes recursos para o bem de todos. Estamos deixando um legado”, afirmou a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro.
*Esse texto está alinhado com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS)11, proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) por Cidades e Comunidades Sustentáveis.