O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, disse nesta quinta-feira (6) em entrevista à Sagres TV que não há uma previsão para realização das festas religiosas em Goiás. Só neste ano, houve cancelamentos inéditos por causa da pandemia, como a Procissão do Fogaréu em Goiás, a Festa do Divino Pai Eterno em Trindade, e a Romaria do Muquém, em Niquelândia.
“A gente não sabe o comportamento das pessoas até que se tenha uma vacina, e uma vacina em massa. Isso é um retrato do Brasil. A gente está observando Itália, Espanha, que teve aqueles picos que vimos em março, que o turismo está retomando agora, e ainda muito timidamente”, afirma Fabrício Amaral.
Só em Goiânia, segundo o presidente, foram 40 eventos cancelados no último final de semana. “Goiânia é uma cidade com muitos eventos, fortíssima. Moda, eventos médicos, lazer”, afirma. “O turismo não é varejo. Não é como a 44 que eu tenho o meu produto e retomo ele à prateleira. O Turismo tem planejamento e uma cadeia produtiva muito conectada no Brasil todo e no mundo”, complementa.
Outra região fortemente afetada pela pandemia foi a das águas quentes, onde se localizam Rio Quente e Caldas Novas. Nesta última, a prefeitura fez o corte de R$ 1 milhão nos salários por causa da paralisação do turismo.
“50% de todas as pessoas que entram no estado de Goiás vão para a região das águas quentes, Caldas Novas. Mais de 50% de toda a receita, seja de emprego, renda e receita fiscal do estado, vem da região das águas quentes”, analisa.
Goiás
A partir de segunda-feira (10) o governo estadual reabrirá as unidades de conservação ambiental do Estado para visitação pública, pesquisas e levantamentos científicos presenciais, além de atividades educativas e de lazer comunitário.
A decisão foi publicada na edição de quarta-feira (5) do Diário Oficial de Goiás. Segundo a Portaria 109/2020 da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a reabertura será realizada de forma gradual e monitorada, mediante cumprimento dos protocolos de segurança estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os visitantes deverão usar máscara de proteção durante todo o período em que estiver no interior dos parques e manter o distanciamento social, sem formação de aglomerações.
Em unidades como Terra Ronca, os grupos de visitação deverão ser reduzidos, de acordo com o estabelecido por cada administração e também haverá um limite de visitantes por dia. Qualquer medida restritiva poderá ser proposta de acordo com as novas diretrizes dos órgãos da saúde e do Governo de Goiás.
Goiás possui 23 unidades de conservação, sendo 13 de proteção integral e 10 de uso sustentável, informa a Superintendente de Unidades de Conservação e Regularização Ambiental da Semad, Verônica Theulen.
Impacto
O XVIII Boletim Especial, divulgado pelo Observatório da Goiás Turismo, mostra os impactos da pandemia no setor de Serviços, responsável por aproximadamente 70% do PIB Brasileiro.
O estudo traz dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam recuo de 7,6% do setor que mais emprega no país, com queda em quatro das cinco atividades, de janeiro a maio de 2020 em comparação com igual período do ano anterior.
O índice de volume das atividades turísticas no Brasil sofreu retração de 65,6% no mês de maio de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019. Goiás apresentou retração de 65,5%.
No indicador acumulado, de janeiro a maio de 2020, o agregado especial de atividades turísticas no país mostrou retração de 29,9%, frente ao mesmo período do ano passado.
O resultado negativo foi pressionado, sobretudo, por algumas atividades, como restaurantes, transporte aéreo, rodoviário coletivo de passageiros, hotéis, catering, buffet e outros serviços de comida preparada.
Em termos regionais, todos os 12 locais investigados registraram taxas negativas. O estado de Goiás apresentou retração de 29,7% no Volume de Atividades Turísticas, no acumulado dos cinco primeiros meses.
O Boletim também traz números da segunda etapa da Pesquisa de Sondagem Empresarial, aplicada pelo Observatório do Turismo. A crise sanitária é apontada como motivação para o fechamento definitivo de 11,4% das empresas do Turismo em Goiás.
A pesquisa, que tem por objetivo o acompanhamento sistemático dos impactos da pandemia da Covid-19 nas empresas do setor de Turismo, foi realizada entre os dias 01 de junho e 19 de julho de 2020, por meio de formulário eletrônico com 105 empresários goianos do setor.
O levantamento do Observatório do Turismo, aponta que as empresas implementaram mudanças na política de preços, sendo que 27,6% delas reduziram seus preços, 34,3% mantiveram o mesmo preço, 1,0% aumentou os preços, 2,9% não adotaram qualquer atitude em relação à política de preços, optando por se manter fora de operação.
Segundo o estudo, embora os números apresentem um cenário difícil, por conta da pandemia, percebe-se que o setor de serviços luta para se manter na ativa e busca estratégias e alternativas de modo a se manter no mercado até que a solução para o fim da pandemia se apresente, de forma efetiva.
Recursos
No fim do mês passado, o Ministério do Turismo anunciou os valores que serão repassados aos estados, Distrito Federal e municípios para apoiar ações emergenciais ao setor cultural e seus trabalhadores durante a pandemia de coronavírus.
A região Centro-Oeste receberá o valor de R$ 229.056.593 distribuídos da seguinte maneira: Distrito Federal (R$ 36.934.577), Goiás (R$ 100.390.970), Mato Grosso do Sul (R$ 40.784.546) e Mato Grosso (R$ 50.946.501).