Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que mostra o comportamento da indústria brasileira. O estudo aponta que Goiás gerou pouco impacto na economia, com variação de 0,08% na comparação entre os índices de participação no PIB industrial entre os biênios 2007-2008 e 2017-2018.

O professor especialista em Economia, Luiz Carlos Ongaratto, explica como ocorre essa estagnação. “Quando esse crescimento econômico fica abaixo da média, significa que a gente está perdendo espaço. Por mais que a gente cresça 1%, 2%, 3%, e a média mundial é acima disso, é porque a gente está com uma economia mais enfraquecida. Há uma obsolescência, ou seja, ficou obsoleta essa atratividade industrial para Goiás”, afirma.

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Apesar do resultado da pesquisa, a região Centro-Oeste está entre as que apresentaram aumento na participação econômica do setor industrial. Ongaratto chama a atenção para o consumo, que também influencia no chamado processo de desindustrialização.

“Não é simplesmente o fechamento de indústrias. É o que a gente chama de capacidade ociosa, é ociosidade. É o tempo que aquela indústria poderia estar produzindo, a quantidade de pessoas que poderiam estar empregadas, mas que na verdade, a média da indústria brasileira é ter 40% de ociosidade. Ao deixar de produzir, ela perde a sua participação no PIB”, analisa. “Esse desaquecimento do consumo faz com que a indústria, no geral, também não tenha mais espaço, ou perca interesse no nosso mercado”, complementa.

Incentivos fiscais

Para o secretário estadual de Indústria e Comércio, José Vitti, em entrevista à Sagres nesta terça-feira (18), Goiás apresentou um salto industrial, através dos incentivos fiscais, mas que o fim desses incentivos, aliado com a mesma política por parte das outros federações fez com que o Estado estagnasse. 

Ongaratto argumenta que o Estado precisa encontrar uma economia saudável, de modo a poder voltar a realizar investimentos, e exemplifica com a questão da alta dos combustíveis, em que o ICMS, imposto estadual, exerce influência na alta dos preços do produto.

“O que a gente está percebendo é que o preço do combustível não vai baixar, independentemente do que aconteça. O mercado internacional não vai baixar o preço do diesel, do petróleo, da gasolina, ou seja, a nossa matriz vai ficando cada vez mais cara. Se nós não agirmos logo, pode ser que entremos em colapso. O custo logístico fica tão elevado que inviabiliza a produção de uma série de itens ou aumenta a inflação, que é o que a gente está vivendo hoje, e o Estado não tem para onde correr porque ele não pode abrir mão de certas arrecadações de tributos”, conclui.

Confira a entrevista na íntegra a seguir no STM #270