Com incêndios florestais desafiadores, o estado do Pará registra recordes históricos de queimadas em 2023. O estado, cuja capital Belém será sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP 30 em 2025, assumiu o status de estado brasileiro maior número de queimadas do ano, entre janeiro e outubro, de acordo com os dados do Instituto Nacional Espaciais (Inpe).
Os números indicam que este é o segundo pior mês de outubro registrado em 25 anos. Em 2023 foram 31.119 focos de incêndio. Apenas no mês passado os dados indicaram 11378 focos de calor – no pior outubro da história, em 2008, foram 11568.
A ocorrência do El Niño, que torna a Amazônia mais seca, é o ponto em comum entre os anos de 2008 e 2023. No entanto, em 2023, o avanço das mudanças climáticas deixa a situação ainda mais grave e estudos indicam que este será, provavelmente o ano mais quente da história, segundo a Organização Mundial Meteorológica. A Organização divulgou ainda que o El Niño deve durar ao menos até abril de 2024.
Ambientalistas destacam que as mudanças climáticas ajudaram a elevar a temperatura, em um período normalmente mais seco, facilitando a propagação do fogo em áreas de mata.
Desafios no Pará
Com focos em todo o território, os brigadistas do Pará percorrem distâncias enormes e enfrentam uma difícil luta para controlar os incêndios florestais. Na região oeste do estado, que vem sendo castigada pela seca, está a reserva extrativista Tapajós Arapiuns, onde o céu foi encoberto pela fumaça. O uso do fogo é proibido dentro da reserva, mas ainda assim os brigadistas encontram no caminho de mata fechada vários focos de incêndio, e animais com sede.
Na região sudoeste do estado, equipes foram reforçadas para controlar o avanço das queimadas em Altamira, município com mais focos de incêndio do Brasil. O trabalho dos bombeiros é marcado pela sobrecarga.
“Nós temos uma demanda reprimida que não conseguimos atender, porque são vários incêndios, às vezes, no mesmo horário. Demandaria um poder operacional gigantesco, então a gente utiliza técnica para proteger residências e o bem das pessoas”, relatou o major Saimo Costa em entrevista ao G1 Pará.
Os relatos dos bombeiros que atuam no combate ao fogo indicam as dificuldades de acesso à floresta como um entrave para o trabalho, como as árvores no caminho. Algumas das principais causas das queimadas está no uso do fogo em áreas de mata para a renovação de pasto, limpeza de terrenos e até o desmatamento ilegal da floresta – ações agravadas pela seca severa.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) – ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança do Clima.
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