O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), atendeu a reportagem do Sistema Sagres de Comunicação, pra explicar o impacto do decreto estadual no futebol goiano. Segundo Romário, pelo fato da Prefeitura de Goiânia não aderir o decreto do Estado, tanto jogos quanto treinos, estão liberados na cidade.

“Virou uma salada de frutas né, existe um decreto municipal que o prefeito Rogério Cruz não alterou, que inclusive, autoriza partidas de futebol profissional em Goiânia. Por outro lado, existe o decreto restritivo do Governador, que restringiu por quatorze dias. Existe o entendimento da Prefeitura que Goiânia segue o decreto municipal. Do lado do Governo do Estado, existe o entendimento que não, porque tem aquelas questões de colocar as faixas etárias de avanço da pandemia e Goiânia estaria na faixa vermelha. O prefeito de Goiânia por seu lado disse que não mudaria o decreto, ou seja, permaneceria autorizado tanto treinos quando jogos e o Governador, decidiu por restringir”.

Federação Goiana de Futebol

Especificamente em relação ao futebol, Romário Policarpo conversou com o presidente da Federação Goiana de Futebol, André Pitta. Inicialmente ficou determinado tanto pela Federação quanto pelos clubes, pela não realização de treinos ou jogos.

“Conversei muito com o André Pitta sobre essa situação, até pra ter uma uniformidade. Acho que de forma acertada, apesar de eu não concordar, mas a decisão é acertada porque o futebol não tem que ficar no meio de imbróglio político de decisão de um ou de outro. Apesar de eu ser político, mas como dirigente do Vila Nova, acho que o futebol não tem que ficar no imbróglio político. Por isso da decisão da suspensão tanto dos treinos, quando dos jogos. Foi uma decisão em conjunto da Federação com os clubes e por isso, fica suspenso”, explicou Romário.

Conversas com dirigentes

Romário Policarpo também é diretor de comunicação do Vila Nova. O dirigente colorado confirma ter bom relacionamento com Adson Batista, presidente do Atlético e também com o presidente do Goiás Paulo Rogério, além do vice do conselho, Edminho Pinheiro. Romário Policarpo revelou já ter conversado com os dirigentes sobre essa situação da paralisação do futebol.

“Tenho uma amizade muito grande com o Adson (Batista), tenho um bom relacionamento com o presidente do Goiás, Paulo Rogério e sou amigo do Edminho. Conversei com todos os presidentes do clubes aqui da capital sobre esse assunto. A preocupação maior é essa questão dos treinos, e disse a eles, que pelo menos a parte que me cabe, da Prefeitura de Goiânia, a ideia nossa é de que os clubes possam treinar. Inclusive, existe essa autorização, essa é a que cabe a mim, que passa pela Prefeitura de Goiânia”.

Ainda na mesma resposta, Romário Policarpo falou novamente sobre ter sido decisão dos clubes com a Federação Goiana de Futebol, pela paralisação dos treinos. Ainda sobre isso, Romário lembrou que os quatorze dias sem trabalhos nos clubes de futebol, pode representar um prejuízo enorme, na parte física dos atletas.

“Houve uma decisão dos doze clubes que disputam a primeira divisão do Goianão, de suspender também os treinos. A decisão foi tomada em conjunto com a Federação e temos que respeitar a decisão dos clubes. Mas pelo menos aqui em Goiânia, o decreto municipal, que participei da formatação dele, autoriza os clubes a fazer pelo menos, os treinamentos. A gente entende que o futebol é diferente, se paralisar os treinos por quatorze dias, o atleta vai demorar pelo menos trinta dias, pra voltar a ter a força física que ele tinha antes da paralisação”, destacou Romário Policarpo.

Multa

Uma possibilidade é a mudança de ideia de algum clube da capital resolver manter os treinos. Romário Policarpo explica se existe possibilidade de alguma punição, caso isso venha a acontecer e se partiria do município ou do estado.

“É um imbróglio jurídico que se causou. Em Goiânia, a fiscalização é feita quase que 100% pela própria Prefeitura, pela Vigilância Sanitária e pelos agentes da Guarda Civil Metropolitana. Em outras cidades eu não posso dizer como é feito, mas posso ressaltar por Goiânia. Essa multa aplicada vai inclusive, para os cofres da Prefeitura de Goiânia, por ser uma multa municipal. Nesse momento, o que a gente entende é que os clubes podem sim, continuar treinando, de acordo com o decreto municipal. Mas eu acho que os clubes, de forma sensata, não querem entrar nesse imbróglio jurídico e por isso talvez, essa decisão de não treinar”.

Primeiro Romário explicou caso a multa fosse aplicada por algum órgão municipal, e em seguida, foi explicado sobre uma possível punição estadual. O presidente da Câmara Municipal lembrou ainda que o futebol é uma forma de entretenimento a mais, para a população que precisa ficar em casa, nesse momento crítico da pandemia.

“Poderia se dizer que se um clube tomasse uma multa do Governo do Estado por exemplo, poderia recorrer judicialmente em cima da decisão do Superior Tribunal Federal. O STF determina que os municípios tem autonomia pra legislar sobre as medidas restritivas à pandemia e essa multa não valeria. É uma divergência jurídica e acho que não cabe ao futebol, ficar no meio dessa salada de frutas. Agora, é muito incoerente paralisar o futebol, você está pedindo pra que as pessoas fiquem em casa e o futebol é uma grande ferramenta para que as famílias fiquem em casa pra acompanhar as partidas. E você pegar um jogador daqui quatorze dias e achar que vai colocar em campo e ele vai conseguir jogar, é de uma loucura total, uma insanidade. Ninguém vai fazer isso com seus atletas, pois o risco de lesão é muito alto”, esclareceu Romário.

Compra de vacinas

Recentemente a Câmara Municipal de Goiânia destinou R$ 5 milhões para a Prefeitura e a solicitação era pra utilização em compras de vacinas. Diante desse cenário, Romário Policarpo explica como funciona para que a Prefeitura atenda essa solicitação e como funciona o andamento dessa aquisição das vacinas.

“A Prefeitura de Goiânia fez uma intenção de compras pra duas representantes das vacinas de Oxford. A importância pra vacinar todos os goianienses era na casa de R$ 46 até R$ 51 milhões de reais. Fiz o compromisso com o Prefeito de Goiânia de economizar da Câmara e já temos feito essa economia nos dois primeiros meses, já conseguimos quase 30% de todo o orçamento da Câmara e vamos devolver esse valor pra ele, pra que faça a aquisição das vacinas. A Prefeitura inclusive, impetrou um mandado de segurança pra que as vacinas compradas pelo orçamento exclusivo da Prefeitura de Goiânia, possam ficar na cidade de Goiânia para imunização da população daqui”.

Continuando a resposta, Romário Policarpo destaca antecipação da Câmara e Prefeitura para tentar amenizar os efeitos da crise e acelerar a imunização da população.

“A Câmara Municipal fez o papel dela, nesse momento de extrema crise sanitária e de saúde, não existe fórmula de bolo. O que temos que fazer é adquirir a vacina o mais rápido possível e a Câmara Municipal e a Prefeitura de Goiânia, estão se antecipando. Se o Governo Federal talvez tivesse feito isso lá em novembro, adquirido aquelas 70 milhões de doses, talvez a gente não estaria vivendo agora, essa crise que a gente vive sem precedentes, e que a gente não consegue olhar pra frente e ver uma luz no fim do túnel”, cravou Romário Policarpo.

Economia

Por último, Romário explicou como a Câmara conseguiu a economia, para que fosse possível a arrecadação da verba, na intenção de comprar as vacinas contra a COVID-19.

“A gente praticamente cortou todos os gastos com combustível, despesas transitórias, que seriam de impressão de papel. Diminuímos nosso contrato de internet, evitamos contratações de assessores e jovens aprendizes na pandemia, pra que pudesse ter essa economia de quase 30% do valor que chegou na Câmara Municipal, pra que a gente pudesse devolver. A expectativa é que nos próximos dois meses, a gente possa fazer mais uma devolução, de R$ 7 milhões para a Prefeitura, de uma nova economia que já está planeada pra ser feita, pra que esse valor, totalizando R$ 12 milhões, seja investido na compra de vacinas, pra cidade de Goiânia”, concluiu Romário Policarpo.