Uma pesquisa apontou que as dietas veganas têm uma grande redução nos impactos ambientais. O levantamento mostra que isso ocorre desde o uso da terra e da água até as emissões de gases de efeito estufa e a poluição.
A pesquisa foi conduzida pelo projeto Pecuária, Meio Ambiente e Pessoas (LEAP) da Universidade de Oxford, com publicação na revista Nature Food. O estudo analisou dietas de 55.504 pessoas e revisou 38.000 fazendas com sede em 119 países.
De acordo com os cientistas, independentemente de onde ou como ocorre a produção dos alimentos, as dietas de origem animal tiveram maiores impactos no meio ambiente do que as de pessoas que consumiram menos ou nenhum produto de origem animal.
É o que afirma Peter Scarborough, principal autor do estudo e professor do Nuffield Department of Primary Care Health Sciences em Oxford.
“Nossas escolhas alimentares têm um grande impacto no planeta. Reduzir a quantidade de carne e laticínios em sua dieta pode fazer uma grande diferença em sua pegada alimentar”, avaliou em um comunicado.
Menos emissões e uso da terra
Segundo a pesquisa, as dietas veganas tiveram cerca de 75% menos emissões e uso da terra em comparação com as que consistem em alto consumo de carne. A quantidade, entretanto, refere-se a mais de 100 gramas da proteína consumida por dia.
Ainda conforme a pesquisa, as dietas veganas também tiveram quase 54% menos uso de água do que aquelas ricas em carne. Ademais, cerca de 73% menos poluição da água via escoamento, além de um impacto reduzido na biodiversidade.
A pesquisa aponta ainda que, no geral, as pessoas que seguem dietas veganas tiveram cerca de um terço do impacto ambiental das pessoas com alto consumo de carne. Aquelas que consumiram pequenas quantidades de carne (menos de 50 gramas de carne por dia), porém, tiveram cerca de 30% menos impacto em diferentes categorias em comparação com aquelas que consumiram 100 ou mais gramas de carne por dia.
“Mesmo nos ‘piores cenários’, onde a maioria dos alimentos que são consumidos em dietas com baixo teor de carne são produzidos por métodos com alto impacto ambiental e a maioria dos alimentos que são consumidos em dietas com alto teor de carne são produzidos com métodos de baixo impacto, dietas com baixo teor de carne ainda têm substancialmente menor impacto ambiental”, explicou Scarborough.
Além disso, os impactos ambientais negativos do cultivo de alimentos e da criação de gado são bem conhecidos. Outros estudos recentes já haviam revelado que as emissões do sistema alimentar representavam cerca de 34% do total das emissões globais e a agricultura representa mais de 70% do uso de água doce.
Redução
Nesse sentido, a análise recente de várias dietas é uma das mais abrangentes do gênero, e mostra que menos consumo de carne pode levar a reduções drásticas nos impactos ambientais.
De acordo com a pesquisa, mudanças na dieta serão necessárias para alimentar mais pessoas à medida que a população humana continua crescendo. Os autores do estudo observaram ainda que os países mais desenvolvidos precisarão reduzir bastante a quantidade de alimentos e bebidas de origem animal que consomem. O objetivo é manter os impactos ambientais dentro de limites seguros.
“Este estudo representa a tentativa mais abrangente de vincular os dados de consumo de alimentos aos dados sobre os impactos ambientais da produção de alimentos. Incentivar os comedores de carne a reduzir o consumo de carne e incentivar os vegetarianos a se tornarem veganos deve resultar em emissões mais baixas”, disse Richard Tiffin, professor da Universidade de Reading, ao jornal britânico The Guardian.
Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 03 – Saúde e bem-estar
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