Foto: Divulgação/UFG

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A Universidade Federal de Goiás (UFG) apresentou V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais. Realizado há quatro anos, o estudo é realizado pela Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais apontou que 75% dos estudantes da instituição possui renda mensal de até 1,5 salário mínimo. 

A pesquisa apontou ainda que na UFG, 54% dos graduandos se identificaram como negros. O levantamento revela que as universidades federais, principalmente a partir de 2012, com a aprovação da lei de cotas, do ponto de vista da renda familiar e raça, estão cada vez mais próximas do que é mostrado na pesquisa nacional por amostra de domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFG, Maisa Miralva da Silva afirma que os dados comprovam que instituições federais, especialmente a UFG, representam a sociedade. 

“A representatividade de cor, raça, entre os extratos estudantis hoje entre os alunos, é bem próxima do que é hoje na sociedade. A UFG tem mais de 50% de negros e no estado de Goiás temos 60% de negros, de acordo com o IBGE. Então, estamos a 8 pontos de diferença entre o que existe de representação da sociedade na UFG e o que o IBGE aponta como extratificação da raça/cor da sociedade. A UFG representa muito mais a sociedade”, analisa. 

Enquanto no cômputo total das instituições federais de ensino superior (Ifes), 70,2% possuem renda mensal familiar per capita de até 1,5 salários mínimos. Na UFG, esse número atinge 75%. Ou seja, três quartos dos graduandos – o percentual mais elevado da região Centro-Oeste.

Em escala nacional das Ifes, o menor índice foi observado no Distrito Federal (47,1%) e o maior no Pará (88%). Entre os estudantes incluídos nesta faixa, a renda média per capita é de R$ 640,70. 

Rede pública

Outro dado apresentado pela Andifes classifica os graduandos segundo o tipo de escola cursada durante o Ensino Médio e, mais uma vez, fica evidenciado que as instituições federais de ensino superior recebem prioritariamente estudantes oriundos da rede pública de ensino (64,7%). Na UFG, o percentual é de 63,1% vindo da rede pública de ensino.

O percentual de graduandos das Ifes que fizeram o Ensino Médio exclusivamente em escolas públicas passou de 37,5% em 2003 para 60,4% em 2018. Essa mudança também foi observada a partir de 2014. De acordo com a pesquisa Andifes, os dados locais são de que 58,7% dos graduandos da UFG que participaram da pesquisa fizeram o Ensino Médio somente em escolas públicas.

Este fato se reflete também nas formas de ingresso na Universidade Federal de Goiás, onde 48,3% entram pela modalidade ampla concorrência e 41,97% por cotas. Dentre os cotistas em Goiás, 34,09% reúnem a combinação escola pública, com pretos, pardos e indígenas (PPI), e renda mensal familiar de até 1,5 salários mínimo.  

Pela pesquisa nacional, é possível perceber essas alterações desde 2014, tornando-se mais evidentes em 2015. Em 2005, 96,9% dos graduandos chegavam às Ifes por ampla concorrência e 3,1% por meio de cotas. Ano passado, a situação estava mais equilibrada. Foram registrados 51,7% ingressantes por ampla concorrência e 48,3% por cotas.

A pesquisa Andifes foi realizada com estudantes de graduação de 63 universidades e 2 Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefets) de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados entre fevereiro e junho de 2018 pela internet. Foram validados 424.128 questionários. O equivalente a 35,35% dos estudantes.  

A Universidade Federal de Goiás participou do levantamento por meio de 5.089 estudantes. O que representa 16,61% dos 30.633 discentes da Instituição. 

Realidade

O vice-presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), professor Edward Madureira, acredita que a pesquisa traz inúmeras possibilidades de aplicação, principalmente no atual contexto de ataque às Ifes e à pesquisa científica.primeira, sem dúvida, é na defesa e na constatação de uma realidade que ainda muitos atores do governo e da mídia desconhecem que é a composição, do ponto de vista da renda, dos estudantes das universidades. Fica muito claro que os ingressantes das universidades federais são em sua maioria, das classes C, D e E nas matrículas”, ressalta.

O reitor da UFG afirma que o levantamento também é um instrumento de gestão de muito valor para as Ifes, pois permite compreender como conduzir a assistência estudantil de modo a torná-la o mais efetiva possível.

O reitor acrescenta: “Temos informações sobre os meios pelos quais o estudante se comunica, sua origem, necessidades que podem levar a problemas de evasão. Enfim, poderemos utilizar os dados coletados para ajudar a evitar a evasão e a promover o sucesso do acadêmico”.