Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Pesquisa da UFG viabiliza melhor produção de próteses em impressora 3D

O projeto de pesquisa “Desenvolvimento de Produtos Baseado no Design Circular”, do professor Pedro Henrique Gonçalves, vinculado ao Programa de Iniciação à Pesquisa Científica, Tecnológica e em Inovação (PIP/UFG), tem como objetivo melhorar a resistência adesiva de próteses fabricadas usando uma impressora 3D.

Este plano de trabalho, intitulado Estudo de Desenvolvimento de Órteses e Próteses Por Meio da Prototipagem Rápida, baseia-se na estrutura laboratorial do IPElab (ideias,prototipagem e empreendedorismo) e foca em determinado nível de amputação para propiciar maior inclusão de pessoas.

Laura Duarte Santana, estudante de Design de Produtos da Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG), trabalhou sob orientação de Pedro Henrique, professor e idealizador do projeto, para realizar um estudo mais aprofundado. Sendo assim, Laura observou que os dedos de plástico não são suficientes para segurar objetos lisos, o que limita a aderência aos dispositivos impressos em 3D.

“Fiz um primeiro teste com a prótese segurando um objeto, sem nenhum material extra de adesão. O fato do objeto ser um cano reto e liso fez com que o mesmo escorregasse, comprovando a falha na preensão dessas próteses impressas”, relata em entrevista ao Jornal da UFG.

Potenciais áreas de contato

Para a pesquisa, Laura cita que, inicialmente, buscou referências teóricas relacionadas ao objeto de estudo e conta que o livro “Ergonomia: Projeto e Produção”, escrito por Itiro Iida, foi essencial na identificação de potenciais áreas de contato das mãos humanas. “Por meio de testes, apliquei quatro materiais diferentes: o Silicone, o PVC, o E.V.A e o Látex. Então, por meio desses experimentos, notei que é possível sim melhorar a adesão aos objetos através da aplicação de certos materiais”, relata.

O resultado dos experimentos revelou que o látex apresentou a melhor aderência quando aplicado à palma da mão, falanges e digitais protetoras. Nesse sentido, na maioria dos experimentos, o látex suportou pesos superiores a 500 gramas. “Esse estudo de caso demonstra uma evolução significativa na funcionalidade do dispositivo”.

O professor Pedro Henrique acredita que o uso de tecnologia barata nesse campo de pesquisa permitirá maior funcionalidade para pessoas com amputações. Mas, a estudante, que realizou o estudo desde setembro de 2022, relata algumas dificuldades. Ela acreditava que um dos maiores problemas era o fato de que havia pouco campo teórico relacionado ao assunto.

“Infelizmente ainda há poucos estudos relacionados a esse assunto tão específico. Uma outra dificuldade também foi no uso de alguns materiais nos experimentos, principalmente o Látex”, conta. Laura apresentará o projeto final no 20º Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFG (Conpeex), que ocorre entre os dias 22 e 24 de novembro, no Centro de Eventos da universidade.

Desenvolvimento

Apesar de ainda estar em fase de desenvolvimento, Pedro Henrique afirma que, apesar dos obstáculos, o projeto permite an impressão de vários formatos. “Cada pessoa que necessita da prótese, possui uma dificuldade diferente. Isso faz com que cada projeto seja personalizado com características diferentes”, disse.

Ele acredita que a pesquisa de Laura pode alcançar melhoria da qualidade de vida de pessoas que dependem de próteses. Além do projeto de pesquisa, o professor diz que espera uma parceria com o Centro Estadual de Recuperação e Reabilitação (CRER).

“A parceria com o CRER ainda está em tramitação e não temos um prazo específico, mas, se ocorrer, a ideia é fazer com que o centro nos auxilie, através de conhecimentos técnicos, na área de testagem, validação e acompanhamento dos pacientes a serem beneficiados”, conta.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades

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