Três das principais bandeiras dos 20 anos de governo tucano entraram em xeque no ocaso deste 2018: a valorização do servidor público, a propalada eficiência do modelo de gestão de saúde por meio de organizações sociais e o custo/benefício dos incentivos fiscais para o Tesouro estadual, temas da edição #17 do PodFalar.

O calendário de pagamento do funcionalismo do mês outubro, divulgado na segunda-feira (12), mostrou que o Estado só conseguirá quitar toda a folha no dia 22 de novembro, a 8 dias de vencer o próximo mês. E essa dificuldade não é recente.

Na realidade começou em julho de 2015, quando o governo anunciou que passaria a pagar os salários para quem ganha até R$ 3,5 mil no último dia do mês vencido e o restante no dia 10. Em 2017, o Estado concedeu benefícios salariais que aumentaram a folha em mais de R$ 500 milhões. Em 2018, a folha continuou subindo bem acima do crescimento da receita.

Mais dificuldades na saúde. De acordo com levantamento deste podcast no Portal de Transparência do Estado nesta sexta-feira (16), o governo ainda devia mais de R$ 259,2 milhões às 17 OSs, sem contar as faturas a vencer em dezembro.

Por fim, o governador José Éliton (PSDB) enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei que reinstituiu os benefícios fiscais concedidos pelo Estado até 8 de agosto de 2017. Só que o governador eleito Ronaldo Caiado quer rediscutir esses benefícios. O deputado Lívio Luciano (Podemos), auditor fiscal e relator do Orçamento Anual de 2019, afirma que Goiás é um “paraíso fiscal”, com 35% de renúncia fiscal. A Adial, representante das empresas, aceita discutir o assunto, mas adverte sobre a necessidade de cumprimento de contratos.