O motorista já notou que o preço do litro do etanol em Goiânia voltou a subir. Só nesta semana, um dos aumentos de um dia para o outro chegou a ser de R$ 0,60, um reajuste de 15%. Em alguns postos, o combustível chega a custar R$ 4,59, bem acima dos médios R$ 3,99 anteriores. A gasolina também subiu e chegou muito perto dos R$ 6 o litro.

Em entrevista à Sagres TV, o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha, explica que a alta no combustível deve durar, pelo menos, nos próximos 10 dias, e que até a flexibilização das atividades em meio à pandemia influenciam nos preços.

“A gente espera que nos próximos 10 dias haja um aumento de oferta, e isso possa ter um equilíbrio, mas nós precisamos entender também como vai ser a demanda. Será que vão ter novas medidas de restrição? A demanda vai se manter ou diminuir? Se ela reduzir, o preço vai cair, com certeza”, afirma. “Eu acredito que nos próximos 10 dias nós vamos ter normalidade de oferta, o preço deve sim recuar na usina. Agora se vai recuar para o consumidor ou não, aí depende dos outros agentes”, complementa.

Assista à entrevista na íntegra a seguir no STM #262

Embora o início do mês abril represente o início da safra da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do país, neste ano a retomada do ritmo da produção sucroalcooleira está mais lenta por conta de problemas climáticos que prejudicaram o tempo de colheita, outro fator que ajuda a aumentar o preço do produto nas bombas.

“Estamos com a safra em um ritmo mais lento em função do clima do ano passado. Isso prejudicou o crescimento da cana-de-açúcar. Nós tínhamos nesse mesmo período do ano passado 220 unidades em safra, hoje nós só temos 200 unidades em safra, são 10% a menos. Essas 200 unidades estão com uma média de 10 dias de atraso”, avalia.

De acordo com o presidente da Sifaeg, em 2021 a safra da cana-de-açúcar deverá ser ainda menor. Em Goiás, a colheita deverá ser 3% menor que 2020, enquanto no Centro-Sul a queda será de 5% a 7%.

“A partir de maio vamos ter mais oferta. Mas é fato que nesse ano a safra de cana vai ser menor do que a do ano passado tanto no Centro-Sul como em Goiás”, conclui.