(Foto: Arquivo Pessoal)

Enquanto o Brasil começa a se atentar ao perigo da pandemia de covid-19, a Suécia é um dos países com mais casos registrados da doença causada pelo novo coronavírus. Até a última atualização do governo sueco, já são 1.763 diagnósticos. Em um país com pouco mais de 10 milhões de habitantes, o número de mortes também assusta: foram 20 até o momento, a primeira registrada na semana passada.

Natural de Goiânia, o lateral-esquerdo Jean Carlos, de 24 anos, mora na capital Estocolmo há pouco mais de um ano. Da base do Goiás, onde jogou por dez anos, também passou no futebol goiano por Trindade, Formosa, Novo Horizonte e Crac. Antes de ir para o país escandinavo, atuou ainda por Paysandu-PA, Atlético Tubarão-SC e Sport-PE, e atualmente defende as cores do Hammarby, que o contratou em fevereiro de 2019.

Na cidade mais populosa da Suécia, o jogador admitiu em entrevista ao repórter André Rodrigues – Rádio Sagres 730 que “essa situação do coronavírus é preocupante. Não só aqui onde estou vivendo, em Estocolmo, mas no mundo todo, ainda mais que tenho familiares no Brasil. É uma situação muito delicada e espero que se resolva o quanto antes, porque de uma forma ou outra está nos atrapalhando bastante”.

“Aqui na Suécia foi adotada a mesma forma de prevenção dos países de maior índice, como Itália e Espanha, que é de realmente ficar em casa”, revelou Jean Carlos, que reforçou que entre as principais medidas são “evitar contato com outras pessoas e evitar lugares públicos, onde há muita aglomeração de pessoas, para que isso não se espalhe. Acho que essa é mesmo a melhor forma a ser tomada”.

Diferente das principais ligas do futebol europeu, a primeira divisão do Campeonato Sueco, chamada Allsvenskan, tradicionalmente acontece entre o final de março e o começo de novembro, ou seja, entre a primavera e o outono, evitando o rigoroso inverno da região. Antes do campeonato começar, os times da primeira divisão disputam a segunda fase da Copa da Suécia, em que o Hammarby conquistou a classificação para as quartas de final.

Seu clube é um dos três representantes da capital na primeira divisão e foi campeão sueco apenas uma vez, em 2001. Terceiro colocado na última temporada, a equipe está classificada para a primeira fase preliminar da Liga Europa, que também não tem data definida, uma vez que a Uefa, entidade máxima do futebol europeu, suspendeu todas suas competições. Na Suécia, Jean Carlos ainda atuou pelo Frej no segundo semestre do ano passado, que disputava a Superettan, segunda divisão sueca.

O goiano destacou que “deu uma mudada na minha rotina em Estocolmo. Falando dos treinamentos, pausamos por uma semana e retornamos agora durante quatro dias, mas no início da semana que vem vai parar outra vez. Durante esses quatro dias foi suspendida a entrada de terceiros no clube, com somente jogadores, comissão, direção e demais trabalhadores do clube”.

“Na semana que vem vai ter outra pausa, acredito que por 15 dias ou mais. A competição foi adiada, iniciava no início de abril e foi adiada para junho ou julho, mas ainda não temos uma data fixa de quando retornará”, acrescentou. Jean Carlos frisou que sua vida se limita “agora dentro de casa. As ruas realmente estão vazias, os comércios estão fechados e no mercado há poucos produtos, então está realmente um caos”, acrescentou.

foto jogando no goias

Originalmente marcada para o último dia 15, a partida contra o Göteborg pela copa foi suspensa, assim como a liga. O lateral-esquerdo, que deu uma assistência contra o Brommapojkarna na segunda rodada da fase de grupos da Copa da Suécia, ressaltou que por enquanto “na questão financeira segue tudo em ordem. No nosso clube ainda não teve nenhum caso, mas teve um jogador de outra equipe dentro de Estocolmo”.

Jean Carlos, que no momento está acompanhado do seu primo, que veio para visitá-lo e, segundo o jogador, “por causa de tumulto todo nem sabe como vai ficar a situação dele” afirmou que “tenho contato com a minha família todos os dias. Meu pai, mãe e irmãos são todos de Goiânia. É preocupante, eu que sou um cara bastante apegado a família, apesar de que aqui o índice de perigo seja maior do que no Brasil. A distância dificulta um pouco, queremos estar perto, mas não é possível, e espero que isso tudo se acabe logo”.