A arbitragem mais uma vez foi alvo de críticas após um jogo do Campeonato Goiano. O alvo agora é Breno Souza, árbitro do empate entre Goiás e Aparecidense na noite da última quarta-feira (14) pela sétima rodada do estadual.

Em entrevista ao repórter André Rodrigues depois dos 90 minutos, o presidente esmeraldino Paulo Rogério Pinheiro, disparou contra o apito. Segundo o dirigente do Verdão, apenas Wilton Pereira Sampaio é bom árbitro e o nível dos profissionais que apitam o estadual é para “sub-17”.

Nesta quarta-feira (15) à Sagres, o presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), André Pitta, avaliou o futebol brasileiro em geral tem tido dificuldade em relação à arbitragem. Ele destacou que os árbitros são seres humanos, passam por momentos ruins e que é natural uma oscilação.

“Não é o caso de ontem do Goiás, mas nós já vimos em várias partidas que a equipe joga mal, perde o jogo e aí vai achar um lance, um lateral invertido, uma jogada de ataque após esse lateral que originou o gol e esse é o motivo da derrota. Então está nos trazendo preocupação, nós temos trabalhado”, disse Pitta.

O dirigente afirmou que a entidade busca revelar novos profissionais e vem escalando jovens para o estadual de 2021. Entretanto, pediu mais interesse dos clubes na formação dos árbitro goianos.

“A Federação sempre esteve disposta e aberta ao presidente do Goiás e dos outros clubes também para eles acompanharem e saberem um pouco mais de como o trabalho é feito. Nenhum dirigente nunca se reuniu com a FGF e perguntou como forma um árbitro, como se decide quem apita profissional ou base, quem vai ser árbitro ou assistente, quantas vezes treina e qual o profissionalismo que tem. Acho que todos têm que participar um pouco mais disso, saber que o trabalho é feito com seriedade, mas que tem muita dificuldade”, frisou.

“Se todos do futebol não entenderem o grau de dificuldade que está envolvido, se todo erro de arbitragem que tiver colocar como se o mundo está acabando e as pessoas são desonestas, aí cada dia fica muito mais difícil ter esses profissionais em campo, e eles são peça fundamental para o jogo hoje em dia”, completou o presidente da FGF.

Além de criticar as decisões de Breno Souza dentro de campo, Paulo Rogério Pinheiro revelou à Sagres que ao cobrar o árbitro depois do apito final, foi convidado a ‘partir para a briga’ no lado externo do Estádio Hailé Pinheiro. “Quando eu estava saindo do jogo, falei: ‘Você errou’ e ele respondeu: ‘O que você está falando aí, vamos lá fora comigo’. Eu não vou não, Seu Breno”, disse o dirigente.

Em súmula, o árbitro relatou que de forma exaltada o presidente executivo do Verdão disse: “Breno, você é muito fraco, tem que aposentar, no máximo apitar um sub-15. Você é uma vergonha”. (Clique aqui e confira a súmula completa)

“Eu não conversei com o Breno (Souza) até porque as questões de súmula, relatório e decisões são exclusivas do árbitro, não cabe ao presidente da federação falar o que ele faz ou deixa de fazer. O que eu determinei é que eu quero, independente da conduta, se o presidente do Goiás xingou ou se exaltou, o árbitro tem o mecanismo da súmula para tomar as medidas que ele achar necessárias”, afirmou André Pitta.

Por outro lado, o presidente da Federação Goiana de Futebol lamentou o comportamento dos dirigentes dos clubes que de forma corriqueira vem sendo citados nas súmulas das partidas e garantiu que as acusações de Paulo Rogério Pinheiro serão investigadas.

“Com a não participação dos torcedores nos jogos, essas atitudes dos dirigentes, infelizmente, elas têm se tornado mais constantes e isso tem que ser repensado. Acho que nós dirigentes temos que tomar decisões fora do calor da partida”, analisou.

“Mas de qualquer forma, se realmente houve essa discussão de ‘ah, vamos nos encontrar lá fora’, isso é inadmissível. É uma conduta que vamos apurar para saber quais são as medidas, o que realmente aconteceu e quais palavras foram adotadas. Até porque o árbitro tem o mecanismo da súmula para relatar qualquer tipo de incidente que ele achar necessário e não entrar em qualquer tipo de discussão e polêmica com dirigente e com ninguém, isso não é função do árbitro. Então vamos apurar com muita seriedade porque não vamos admitir esse tipo de atitude se tiver acontecido”, garantiu Pitta.

Vila Nova x Goiás

As reclamações com a arbitragem não começaram nesta rodada. Desde o primeiro clássico entre Goiás e Vila Nova disputado no dia 7 de março, o desempenho dos donos do apito vem sendo questionados por torcedores e dirigentes.

No duelo realizado no Estádio Hailé Pinheiro quando o esmeraldino venceu o rival por 1 a 0, além da cusparada de Alan Mineiro na bandeira de escanteio, a atuação de Eduardo Tomaz foi questionada ao não marcar pênaltis à favor do Tigre. No último final de semana, a vitória colorada por 2 a 1 no Onésio Brasileiro Alvarenga teve a arbitragem de Wilton Pereira Sampaio, que marcou um pênalti para os donos da casa fora da área.

Em entrevista à Sagres, André Pitta admitiu os equívocos nas marcações, mas ressaltou que os lances destacados nas reclamações são de difícil decisão.

“Não foram boas (as arbitragens). É lógico que a gente tem vontade de defender a arbitragem porque sabemos o quanto ela é apedrejada em alguns momentos. Não podemos fazer uma crítica ao Eduardo (Tomaz) e Wilton (Sampaio) que apitaram os dois jogos até porque são excelentes árbitros, mas tem jogos que o grau de dificuldade é muito grande. Se pegarmos, por exemplo, esse ultimo jogo contra o Vila Nova que o Goiás reclama, são dois lances de alta dificuldade”, explicou.

Confira na íntegra a entrevista de André Pitta à Sagres: