Mobilizadores de nove instituições internacionais participam de Programa Maia (Foto: Assessoria / Fundesplai)

Entre os dias 18 e 24 de novembro, 24 jovens, de nove países, se reuniram em Barcelona, para participar do Programa Maia. O curso, organizado pela Fundesplai, organização de sociedade civil que desenvolve inúmeras atividades de inclusão, tem como meta debater temas que possam acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como compromisso de toda a humanidade até o ano de 2030.

No grupo, quatro brasileiros integram a equipe e representando suas instituições: Vinicius Tondolo (Sistema Sagres), Ana Carolina Silva (Fundação Pró Cerrado), Márcia Frizzo (TV Globo) e Luna Arouca (Rede de Desenvolvimento da Maré).

A combinação de MAIA tem origem nas palavras, em inglês, Movement (movimento), Awareness (Consciência), Inspiration (Inspiração) e Action (Ação). E a partir desta organização, debates e workshops foram preparados com a presença de importantes nomes como Daniel Wahl, José Luis de Vicente, Francesco Sottile, Itziar González, Humberto Llavador, Joan Pino, Alejandra Sola, Alexandre Fernandes e Ramila Zadeh, entre outros nesta primeira etapa. Cada atividade é seguida de trocas de experiências locais diante dos conceitos apresentados.

“Eu gosto muito da perspectiva que nós temos, conversar e debater, trazer do campo teórico para práticas efetivas. Trazer experiências de outros lugares e levar para Goiânia, para meu bairro, as vezes até a minha família”, explicou Ana Carolina que representa a Fundação Pró Cerrado. 

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Mobilizadores de nove instituições internacionais participam de Programa Maia (Foto: Assessoria / Fundesplai)

A educação foi tema do terceiro e do quarto dia de curso, no momento em que as discussões foram dedicadas às práticas para o desenvolvimento do ser humano. O professor, Boris Mir, é um educador atuante na Catalunha para a mudança de formatos e métodos de ensino na região, e está implantando uma mudança na estrutura atual de ensino, focada na memorização, e avançando para um modelo que favoreça o conhecimento.

“O jeito que nós fomos educados tivemos menos oportunidade de pensar de uma maneira mais aberta e ficávamos restrito as limitações do professor. Desta forma, não pensamos em maneiras diferentes e proporcionamos novas maneiras de cooperação”, reforçou Katja Täebert que representa a Fundação VCD que atua diretamente em opções sustentáveis de modalidade.

Em agosto de 2019, a Humanidade alcançou o déficit ambiental com o planeta. Isso significa que a extração de recursos superou a capacidade humana de realizar o retorno a natureza. Esta é uma das consequências do consumo desenfreado e das transformações, provocadas pelo homem, em todo o Ecossistema, compreendidas pelo mundo científico, como a Era “Antropoceno”.

“Eu sou formada em Marketing e depois fiz especialização em Responsabilidade Social, por não aceitar que meu trabalho iria estimular o consumo. No meio da faculdade, quando comecei a entender o meu papel no mundo e sabia que eu não queria fazer parte de um grupo que estimulasse o consumo desenfreado”, explicou Márcia Frizzo que atua em um núcleo específico dentro da Rede Globo para a implantação das ODS no Brasil.

A necessidade de encontrar equilíbrio nas relações entre os seres humanos em vários âmbitos (economia, política e outros), da humanidade com os demais seres vivos do planeta e o próprio Planeta. Um dos conceitos inspiradores é o de Biomimética e Biocracia, quando o ser humano se inspira nas relações da natureza para inspirar novos projetos, novas estruturas ou estruturas de equilíbrio.

“A gente tem a tendência a olhar a natureza harmônica e perfeita e o ser humano como imperfeito. Talvez a gente esteja muito recente na História do Universo, como o professor falou, talvez a gente ainda esteja na idade da criança que destrói as coisas, que quebra as coisas, e por isso, a gente precisa aprender e se desenvolver”, afirmou Luna Arouca que desenvolve atividades de conscientização dos ricos do consumo de drogas na Favela da Maré no Rio de Janeiro.

ODS 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas

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Para alcançar este objetivo até o final de 2030, existem algumas a diretrizes a serem desenvolvidas. Em nome deste trabalho, o Debate Super Sábado de hoje está dedicado a ODS 5 e faz parte do processo de alcançar a igualdade de gênero. Confira algumas das diretrizes:

Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda parte; Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos; Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de crianças e mutilações genitais femininas; Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da disponibilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção social, bem como a promoção da responsabilidade compartilhada dentro do lar e da família, conforme os contextos nacionais; Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública; Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão; Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais; Aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de informação e comunicação, para promover o empoderamento das mulheres; Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis.

25/11 – O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher celebra-se anualmente no 25 de novembro para denunciar a violência contra as mulheres no mundo todo e exigir políticas em todos os países para sua erradicação. A convocação foi iniciada pelo movimento feminista latino-americano, em 1981, para marcar a data em que foram assassinadas as irmãs Mirabal na República Dominicana. Em 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas em sua resolução 54/134 assumiu o 17 de dezembro como data para a jornada de reivindicação convidando a governos, organizações internacionais e organizações não governamentais a convocar atividades dirigidas a sensibilizar a opinião pública sobre o problema da violência contra a mulher.