Se tratando de meio ambiente, dois temas são trazidos à tona: mudanças climáticas e aquecimento global. Em um esforço conjunto, universidades, indústrias, organizações não governamentais, institutos de pesquisas e empresas de várias partes do mundo se uniram e constituíram um consórcio internacional para a execução de um projeto de pesquisa prevê o uso de plantas com potencial bioenergético para a descontaminação de solos degradados por metais tóxicos. Dessa forma, a descontaminação do solo é realizada pela fitorremediação, uma tecnologia onde se usa plantas para minimizar poluentes do meio ambiente.

O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Campus Aparecida, Maico Roris, coordena a equipe brasileira do projeto que conta com o envolvimento de oito países. Em entrevista ao Sagres Em Tom Maior #312 desta segunda-feira (19), Maico detalhou que cada país está usando suas plantas locais na pesquisa. Confira a entrevista a seguir a partir de 01:47:00 no STM #312 com a apresentação de Vinícius Tondolo.

“Nós pensamos no uso de plantas que são normalmente utilizadas para a produção de biocombustíveis aqui no Brasil. No caso, a principal é a cana-de-açúcar, então um dos cultivos é de cana-de-açúcar. Um outro cultivo é de uma espécie mais robusta de cana, que é a cana-energia. Ela produz um volume maior de biomassa e inclusive tem um potencial maior de descontaminação”, explicou.

“Também estamos testando outras duas plantas, que o capim capiaçu e o capim-napiê ou capim-elefante. Essas plantas são utilizadas na alimentação de gado e nós estamos analisando o potencial delas para a descontaminação de solos contaminados por crômio e de solos contaminados por níquel”, concluiu.

Leia mais: #04 | Como dissociar desenvolvimento econômico da degradação do meio ambiente

O docente destaca que além da descontaminação do solo, o projeto tem o objetivo de incentivar a produção de biocombustíveis. “As plantas pensadas foram as que também tivessem esse potencial energético para além de descontaminar, também produzir um biocombustível menos poluente para o transporte como um todo”.

Segundo o coordenador na equipe brasileira, as plantas capitarão os metais do solo. Nesse sentido essaS plantas não serão adequadas para o consumo alimentício. Por isso a escolha por plantas que podem ser utilizadas na produção de biocombustíveis, para não propagar a contaminação na cadeia alimentar como um todo.

Maico Roris, ressalta que após as analises confirmarem o potencial dessas plantas na purificação do solo, o próximo passo é identificar locais tenham o solo contaminado e criar uma plataforma mundial com todas as plantas para a popularização deste conhecimento. Dessa forma, a plataforma mostrará qual planta é mais indicada para a descontaminação de cada solo. O projeto foi iniciado a seis meses e terá uma duração de três anos e meio.

Leia também: Debate Super Sábado #247: Como fazer com que Goiás fomente a economia verde?