Um projeto enviado ao Congresso está gerando uma grande repercussão nas redes sociais. A proposta prevê a taxação de livros em 12%, por meio da criação de uma Contribuição Social sobre Operações de Bens e Serviços (CBS). Esse mercado era isento de tributação desde 2004.

Segundo a jornalista e escritora Larissa Mundim, essa taxação não deve incomodar apenas o setor editorial, mas a sociedade como um todo. Para ela o acesso à leitura deve ser considerado algo essencial.

“Essa proposta vai em contramão com as conquistas que vinham sendo realizadas e não tem relações apenas com questões econômicas, é um prejuízo cultural”, afirmou.

De acordo com a escritora,.que é responsável pela editora Nega Lilu, com a proposta as editoras independentes podem ser menos prejudicadas que as tradicionais.

“Sempre buscamos alternativas de sobrevivência, não existimos simplesmente, mas resistimos o tempo todo. Esse jogo de cintura pode ser bem útil neste momento”, explicou.

Larissa Mundim afirma que é necessário questionar os argumentos do ministro da Economia, principalmente quando ele declarou que o livro é um artigo de elite. Uma pesquisa chamada de Painel das Vendas de Livros no Brasil, que é contratada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), traz dados sobre o preço médio do livro no Brasil que em 2018 era de R$ 42,91 e em 2019 caiu para R$ 40,71.

“Ou seja, o livro continua em queda. Temos que refletir se esse é um preço alto para um produto de grande durabilidade. Se você for ao cinema ou pedir uma pizza em casa irá, efetivamente, gastar mais que na compra de um livro”, explica.

Confira na íntegra a entrevista com Larissa Mundim no Tom Maior #80