Mesmo após realizar prévias para escolher quem disputaria a presidência da República nas eleições de 2022, o PSDB pode deixar de ter um candidato próprio. O partido esteve em reunião com Cidadania e MDB nesta quarta-feira (18) e, juntos, sinalizaram para a indicação de Simone Tebet como pré-candidata da “terceira via”. Em entrevista à Sagres, nesta quinta-feira (19), a vereadora e presidente do PSDB em Goiânia, Aava Santiago, afirmou que esse é um momento “dramático” para a sigla, que “sai pequena com essa decisão”.

“Fiquei feliz pelo partido ser o primeiro a fazer uma disputa de prévias no Brasil porque um descontentamento meu e de milhares de militantes de vários partidos é que essas estruturas são engessadas e incapazes de ouvir quem constrói a base. As decisões são tomadas por poucas pessoas e a portas fechadas. Então, o PSDB, neste momento, deu um gesto de refrigério, de renovação de suas práticas e pode não conseguir sustentar isso”, explicou.

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Aava disse temer que um partido que já presidiu o país e “construiu programas importantes” não consiga subsistir com uma competição interna. “Se a disputa nos corrói em vez de nos fortalecer é porque a gente já está muito mal das pernas”, declarou. Na visão da vereadora: “quando os partidos se enfraquecem internamente, o resultado é o enfraquecimento da democracia”.

A parlamentar defendeu o sistema adotado pelo PSDB, com respeito ao vencedor, mas que à época a escolha dela foi por Eduardo Leite. “Se foi Dória que ganhou, o partido tem que manter o trato com os militantes e apresentar a candidatura própria, porque se for por viabilidade eleitoral, sejamos francos, Simone Tebet também não tem […] Estou muito triste, porque vejo que se não fizermos esforços homéricos, corremos um grande risco de reduzir nossa história a um partido de siglas, de aluguel, que não são compatíveis com aquilo que nós já construímos para Brasil e Goiás”, declarou.

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