Uma pesquisa realizada pela Catho, com mais de 1,6 mil pais, constatou que 97% deles gostariam de ser mais presentes e ter mais tempo com a família. Os momentos que mais fazem falta durante a rotina, destacam-se passeios em família (32%) e estar mais presente em momentos importantes (30%).

Segundo o levantamento, participar da educação (20%) e brincar (14%) com eles também faz falta durante a correria do dia a dia. Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, a psicóloga Ana Carolina Ribeiro, constatou que a pandemia e o distanciamento social praticado nos últimos meses mudaram o cenário dentro de casa.

“Eu costumo dizer que a pandemia, a questão da quarentena, a convivência forçada, trouxe muito atona os conflitos que as vezes estavam camuflados nos ambientes familiares”, relata a psicóloga, acrescentando que o isolamento social serviu como maximizador, positiva ou negativamente.

Para Ana Carolina, a pandemia não trouxe apenas aproximação ou distanciamento familiar, mas também a oportunidade de conhecimento próprio.

“Eu vejo que muitas pessoas estão ressignificando muito as suas vidas, a sua relação com o trabalho, com o mundo e, obviamente a relação familiar”, destaca, o vírus trouxe coisas negativas, mas também positivas. “Tem esses dois lados, uma possibilidade de ressignificação, quanto ao meu lugar nesse sistema familiar e, também um pouco dessa questão de trazer atona coisas mal resolvidas”, completa.

Embora muitos pais tenham se redescoberto com o distanciamento social, houve ainda uma divisão clara entre os que aproveitaram a situação para se conectar com os filhos, e os que tiveram grandes problemas de ansiedade. Ana Carolina orienta aos pais para não focar só nas obrigações, mas também dedicar um tempo de lazer em família.

“É interessante não ficar limitado apenas as questões das obrigações domésticas, essas coisas pesadas. O que eu vejo é uma falta de oportunidade de convivência com as crianças, os pais não brincam com os filhos, não tem um momento da família. Então, é importante sempre inserir no cotiano da família, momentos de convívio com a família, todos juntos.”

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #71