Em meio à pandemia, idosos não apenas compõem o principal grupo de risco para a Covid-19 como também estão mais suscetíveis a desenvolverem quadros de depressão em razão do isolamento social e distanciamento familiar. Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, a psicóloga Abnilsa Duraes, explica como o isolamento social impacta quem sofre com ansiedade ou depressão.

“Quando a gente está falando de ansiedade, por exemplo, nós estamos falando de um comportamento que é normal sobre vivência, é esperado, é um comportamento que nos leva a identificar situações de risco e perigo”, esclarece a psicóloga, e complementa que com a nova rotina imposta pelo vírus, os casos duplicaram. “As pessoas que já tinham quadro de ansiedade e depressão, sofreram um agravamento no sintoma, teve uma piora na qualidade de vida”, acrescenta.

Segundo Duraes, no caso da depressão, o perigo é muito maior, “é quando esse indivíduo já perdeu o sentido da vida ou o prazer de estar na vida, ele está extremamente cansado. Isso aparece em forma de irritabilidade, de desprezo com a própria vida”, afirma.

Os resultados chamam atenção para a vulnerabilidade dos mais velhos à depressão e também para o fato de que eles são os que mais acreditam em mitos relacionados a esse transtorno. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5,8% dos brasileiros têm depressão.

“Na pandemia, isso agravou porque a gente de fato está em risco, a gente precisou reduzir muito da nossa liberdade, da nossa qualidade de vida. Mesmo quem não tinha ansiedade, vai sofrer alguma alteração nos níveis de ansiedade e também no nível de satisfação na vida, principalmente quem está na faixa etária a partir dos 60 anos”, esclarece.

Até que uma vacina ou medicamento seja desenvolvido, o método mais eficaz encontrado pelas autoridades para combater a disseminação do vírus são as medidas de higiene e distanciamento social, que salvam muitas vidas, mas também interferem na saúde emocional de muita gente.

“Não tem como passar por uma situação tão estressante como a pandemia, sem ter níveis de ansiedade alterados. Agora, algumas pessoas vão ter quadros mais difíceis de sentir, de viver e também de tratar”, aponta a psicóloga.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #56