(Foto: Divulgação/Internet)
O nível atual de vazão de água no Rio Meia Ponte em 2,8 mil litros por segundos (l/s), de acordo com nova classificação feita Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) na sexta-feira (30), é praticamente a mesmo de agosto de 2017, quando se registrou a maior crise no abastecimento de água em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade e Goianira.
De acordo com o Plano de Racionamento da Saneago, divulgado em seu site, a vazão do rio em 14 de agosto daquele ano atingiu em 2.560 l/s. De acordo com o mesmo documento, em 2018, no entanto, “em razão das ações de fiscalização intensiva, realizada pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), na mesma data, em 14/08/2018, a vazão medida no ponto de captação para abastecimento público foi de 3.650 l/s, cerca de 1.000 l/s a mais do que em 2017, mesmo com redução, segundo a climatologia, de 20% no volume de chuvas.
{source}
<iframe width=”100%” height=”166″ scrolling=”no” frameborder=”no” allow=”autoplay” src=”https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/674796392&color=%23ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true”></iframe>
{/source}
Diante desse quadro, o presidente do Comitê da Bacia do Meia Ponte, Fábio Camargo, disse à Rádio Sagres 730 nesta segunda-feira (2) que espera receber informações detalhadas da Semad para apurar se a baixa vazão no momento é por conta da falta de fiscalização ou da redução da água no Rio Meia Ponte à montante da estação de captação de água. “A vazão é mesmo pequena ou falta fiscalização”, questionou Fábio Camargo.
Preocupa o presidente do comitê o fato de ainda faltarem 45 dias em média para o início do período chuvoso. Ele observou que em setembro de 2017, a vazão era de apenas 880 l/s, bem inferior aos 2,3 mil l/s que a Saneago precisa captar para garantir o abastecimento de mais da metade da população de Goiânia e dos outros três municípios vizinhos.
Na semana passada o Ministerio Público recomentou à Semad e à Secretaria de Segurança Pública a intensificação da fiscalização a montante da estação de captação de água do Rio Meia Ponte. O órgão recomendou ainda que enviem, semanalmente, relatórios detalhados das diligências empreendidas, juntamente com cópia dos autos de infração e advertência lavrados para a Área do Meio Ambiente e Consumidor do Centro de Apoio Operacional, até o fim de outubro.
A secretaria respondeu que faz a fiscalização. Na segunda-feira (28) os produtores flagrados descumprindo o horário de irrigação noturno na Bacia do Meia Ponte foram autuados. As regras para irrigação noturna e redução das vazões de captação foram definidas pela Portaria 179/2019, publicada em 14 de agosto no Diário Oficial do Estado. Ficou definido que os produtores devem irrigar entre 20 horas e 6 horas e as vazões de captação outorgadas acima da captação da Saneago devem ser reduzidas em 50%.
De acordo com o diagnóstico feito pela Saneago no Plano de Racionamento, dentre os graves problemas existentes na bacia do Rio Meia Ponte estão: falta de matas ciliares, erosões, assoreamentos, destruição de nascentes, desmatamentos, extração de areia, ocupação de áreas de proteção permanentes, pisciculturas, desvios de afluentes e barramentos sem descargas de fundo, avanço da expansão urbana, impermeabilização dos solos, uso intensivo irregular e não outorgado, atualmente combatido por ações de fiscalização etc.
Segundo Fábio Camargo, com a vazão de apenas 2,8 mil l/s a Saneago está obrigada a intensificar as campanhas educativas para racionamento de água pela população, a dar transparência a todas as informações sobre a situação hídrica de Goiás e inicial as chamadas manobras técnicas para economizar água.