A ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta quinta-feira (25) que o “racismo ambiental” é uma realidade presente no cotidiano dos brasileiros. “Às vezes as pessoas não querem ouvir aquilo que é a realidade. Mas nós estamos aqui para não sermos negacionistas. Existe, sim, racismo ambiental”, afirmou a jornalistas em Brasília.
Segundo Marina, a maioria das vítimas das chuvas de São Sebastião (SP) eram pretas e moradores de morros nos arredores da cidade. O termo “racismo ambiental” viralizou nas redes sociais por fala da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, sobre o tema depois das fortes chuvas no Rio de Janeiro. Opositores do governo, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ironizaram a declaração.
Marina participou de um evento para o lançamento das metas ambientais do Plano Plurianual (PPA), referente ao intervalo de 2024 a 2027. Depois da fala de Anielle, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) publicou um texto explicativo em site do governo sobre o que é “racismo ambiental”.

Racismo ambiental
O governo federal publicou nesta terça-feira um texto que explica o significado da expressão “racismo ambiental”, utilizada em postagem da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ela abordava a tragédia decorrente das fortes chuvas no Rio de Janeiro.
Contexto
No último domingo, Anielle escreveu na rede social X (antigo Twitter) que a destruição observada nos municípios fluminenses seria “fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático”.
Conceito
O texto disponibilizado pela Secom aponta que a tragédia causada pelas chuvas no último final de semana “evidencia a desigualdade na cidade em termos de acesso a serviços como saneamento básico e moradia digna”.
Impacto
“O racismo ambiental tem um impacto significativo na população que vive em favelas e periferias, onde historicamente tem uma maioria da população negra”. Explica a pensadora negra brasileira Tania Pacheco, citada no texto publicado pela Secom.
Desigualdade
“A falta de acesso a serviços básicos, como água potável e saneamento, de estrutura urbana e de condições de moradia digna afetam a saúde e a qualidade de vida dos moradores. E agrava ainda mais os impactos das mudanças climáticas, ocasionando enchentes e deslizamentos”, complementa.
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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.