O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registrou o aumento de 106% no número de infrações por crimes contra a Amazônia em 2023, em relação à média de 2019 a 2022. O último ano foi marcado pelo aumento nas fiscalizações.

O número de apreensões cresceu quase 80% e o de destruição de bens aumentou 161%. As infrações são aplicadas quando a ação pode causar poluição de qualquer natureza e gerar danos à saúde humana ou de animais. A pena pode levar à prisão de até quatro anos, além do pagamento de multa.

Os dados do Ibama mostram que embargos ambientais aumentaram 64% no período. A medida é adotada para interromper atividades que causem danos ao meio ambiente ou que estejam em desacordo com as leis e normas ambientais. Essas medidas, de acordo com o órgão, descapitalizam os infratores e impedem que obtenham financiamento, além de restringir o comércio de produtos ilegais.

De fevereiro a abril de 2023, a operação no território Yanomami resultou na destruição de 285 acampamentos de garimpeiros, 8 aeronaves, 23 barcos, 3 tratores e 124 motores. Também foram apreendidas 22 toneladas de cassiterita, 21 mil litros de combustível e 5 kg de mercúrio, entre outros equipamentos de apoio logístico ao garimpo.

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Desmatamento sobe no Cerrado

A devastação do Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, subiu 43% no mesmo período em 2023. Em dados absolutos, foram 5.151 km² e 7.828 km² de área desmatada em cada ecossistema, respectivamente.

Os dados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, e abrangem o ano de 2023 até o dia 29 de dezembro. É a primeira vez que o sistema Deter, em operação desde 2018, registra uma área desmatada no Cerrado.

A área devastada ocupa cerca de 22% do território nacional, maior que a devastada na Amazônia, que detém mais de 50% de todo o território brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números também representam o maior patamar de desmatamento do Cerrado já registrado pelo Deter, e o menor da Amazônia.

Com informações de CNN Brasil (Guilherme Gama, sob supervisão de Pedro Osorio)

*Este conteúdo está alinhado à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).