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O relatório final da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Goiás Turismo foi apresentado aos membros pelo relator, deputado Humberto Aidar (PT). O resumo aponta indícios de irregularidades no pagamento de R$ 100 milhões, entre 2013 e 2016, na contratação de shows no Estado. No período, foram realizados 1.717 contratos.

Segundo o relator, os principais problemas encontrados são sobrepreço, ausência de critérios para inexigibilidade de licitação e falta de transparência e ordem cronológica dos pagamentos.

“Há de se ressaltar o sobrepreço. Os preços praticados pela Goiás Turismo estão bem acima do que se pratica pelo Brasil afora. São duplas sertanejas,a maioria mora em Goiânia. Por morar em Goiânia, a gente imagina que teria que ser um preço menor. Os shows aqui são sempre, 50%, 60% mais caros do que nas outras cidades”, afirma.

Logo depois da leitura do relatório, o presidente da CPI, deputado Cláudio Meirelles (PR), citou uma condenação de 2003 do governador Marconi Perillo (PSDB) no Superior Tribunal Federal (STF), em caso de gastos irregulares com pagamento de propagandas institucionais do governo. Para o presidente, pode haver a inclusão no relatório da CPI de responsabilização do governador pelos pagamentos dos shows.

“É automática a responsabilidade do governador pelo excesso de desprezo com, no caso aqui, propaganda institucional. Os processos investigados são de emendas parlamentares e de autoria do governador”, ressalta.

O relatório do deputado Humberto Aidar pede o indiciamento dos gestores da Goiás Turismo e de empresários responsáveis por contratos irregulares de shows. Mas o texto não foi votado por conta de pedido de vistas do deputado Diego Sorgatto (PSB), que teve orientação do líder do governo na Casa, Francisco Oliveira (PSDB).

O pedido de vistas acabou se tornando coletivo de todos os membros da CPI e a votação foi adiada para a próxima quarta-feira (07). Humberto Aidar aponta ainda qual a expectativa para a votação.

“O presidente foi duro. Eu não quero dizer aqui se o governador pode ou não ser penalizado. Espero que não tenhamos que travar uma disputa entre deputados da situação e da oposição cabendo ao presidente o desempate”, declara.