Foram cinco dias do maior pesadelo real que ele garante ter passado na vida, sem desejar isso nem para o pior inimigo. Cinco dias que o fisioterapeuta Róbson Porto não quer vivenciar nem mais um segundo deles. Acusado de abusar sexualmente de duas garotas, entre elas uma menor de 15 anos, durante um tratamento no púbis, o fisioterapeuta deixou a Delegacia de Investigação Criminal (DEIC), onde chegou a ficar em uma cela e viveu momentos de terror.

“Foi muito difícil lá dentro da cadeia, tudo que eu passei. Cheguei em casa ontem e tô tentando ficar o mais próximo do filho, da família, mas ainda um pouco atordoado, principalmente pelo medo que eu passei lá dentro, por causa da situação que eu fui acusado, eu corria risco de vida lá dentro. Até o momento, eu vejo tudo como uma grande confusão, um grande engano, um erro de interpretação muito grande”, determinou.

Na acusação, as duas garotas, que foram à clinica reclamando de dores no púbis, foram avaliadas pelo fisioterapeuta e reclamaram que Robson teria introduzido o dedo na vagina, que pediram para parar pela dor que sentiam e não foram atendidas. Róbston Porto explicou como é feito a avaliação nesses casos e destacou que a proximidade da região da dor com a região genitália pode causar confusão na interpretação.

“Não tem a necessidade do toque vaginal, mas você toca muito próximo, tanto para tratamento como para avaliação, é muito próximo. Fica 1cm acima da genitália masculina e 1cm acima da genitália feminina e a principal dificuldade que tem é a aplicação do ultrassom, porque o gel acaba sujando a pessoa, acaba saindo da região e no caso da mulher, ele é introduzido na vagina. Se não tiver um respeito mútuo, a coisa pode ser muito mal interpretada”, ressaltou.

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Com o habeas corpus, Róbson voltou para casa e promete retomar também a confiança em atender os demais clientes, que sempre estiveram ao seu lado e demonstram isso não abandonado os tratamentos. O fisioterapeuta relatou que sofre perseguição desde a época que estudava na área, mas acredita que nesse caso, não houve uma “sabotagem” ao seu trabalho, e sim um erro.

“Pra mim, ainda tenho dúvidas. Se tratando de uma pessoa, eu até acharia a coisa dessa maneira, de que fosse uma armação, mas pra mim continuar trabalhando, não ter receio de avaliar e de tratar, eu ainda acredito que isso só pode ser um erro de interpretação, mas diante da situação, muita gente tá tentando tirar proveito. Continuo (com a clinica), ela continuou operando, está cheia e tive apoio de todos”