O secretário de Governo, Ernesto Roller, criticou o discurso do presidente do MDB-GO, Daniel Vilela, divulgado nesta quinta-feira (15), quando afirmou que o governador Ronaldo Caiado está “sem rumo” para combater à pandemia do novo coronavírus em Goiás e que suas características de autoritarismo e vaidade estão afetando suas ações como governador. Em entrevista à Rádio Sagres 730 nesta sexta-feira (15), Ernesto Roller afirmou que o discurso de Daniel Vilela não traduz a realidade que o governo conduz a pandemia de covid-19.

O governador sempre dialoga com os poderes constituídos, como o Poder Judiciário, Poder Legislativo, sempre em reuniões com órgãos autônomos, com o Ministério Público e setores da sociedade, e sempre buscando tomar decisões como resultado deste diálogo, óbvio que estamos em um momento em que não se encontra o unanimidade, portanto algumas decisões tem que ser tomadas pelo governante”, afirmou. “Vejo como discurso vazio, um discursos produzido por muito ressentimento, talvez de oportunismo, porque o próprio Daniel Vilela estava a elogiar a atitude do governador no primeiro decreto, então não podemos permitir que o oportunismo político fale acima dos interesses da nossa sociedade”.

Roller defendeu que o governador Ronaldo Caiado tem dados e informações que permitiram uma flexibilização, mas que nos últimos dias houve uma escalada (de casos) no país, se referindo ao recorde de óbitos por covid-19 registrados. Além disso, o secretário de Governo afirmou que Caiado não tem interesse em estabelecer uma política de confronto e que por isso adiou a publicação do novo decreto. “Se não houver a participação de todos agentes institucionais e federativos, é impossível fazer uma política de isolamento social remando contra a maré”, disse. “Tem uma questão de diversos prefeitos que não concordam (com o isolamento social) e encontra ressonância no funcionamento do governo Federal”.

Há duas semanas, Ronaldo Caiado disponibilizou, durante reunião com o ministro da Saúde, Nelson Teich, leitos vazios de hospitais goianos para tratar pacientes de outros estados infectados com a covid-19. A ação, também foi alvo de críticas do ex-deputado Daniel Vilela. “Claramente o governador Caiado mudou de posição três vezes. Primeiro disse na mídia nacional que Goiás iria emprestar leitos de UTI para pacientes de outros estados. Dois dias depois, voltou atrás e começou a vender um terrorismo psicológico ameaçando fechar tudo. Agora dá sinais de recuo e, mais uma vez, não por convicção mas pela pressão da sociedade, e é isso que mais nos deve preocupar”.

Ernesto Roller pontuou que o governador lançou uma ideia e não que iria trazer pacientes de outros Estados. A manifestação, defende, foi em relação aos Estados se ajudarem, porque, segundo Roller, há Estados com leitos ociosos e outros com a capacidade comprometida. “Nós somos uma federação, estão na medida que você tiver essa disponibilidade, porque não? Somos brasileiros, somos um país só, assistimos, por exemplo, a Alemanha a receber pessoas contaminadas da Itália, isso é uma questão de solidariedade humana”, disse. “Claro que isso é resultante de uma gestão e uma avaliação do setor técnico da saúde pública, então eu não vejo nenhuma incongruência e nenhuma razão do deputado (Daniel Vilela) na sua manifestação”.

Sobre o governador adiar a publicação do novo decreto que deve restringir o isolamento social, o secretário de Governo afirmou que Caiado quer a participação de diversos atores porque, segundo ele, não adianta editar um decreto que vai enfrentar resistências. “O Estado de Goiás não tem condição de fazer com que se cumpra um decreto se não houver apoio por parte dos municípios”, afirmou. “No primeiro decreto tivemos adesão total, um outro, tivemos uma manifestação contrária, mas acabou seguindo o decreto. Hoje nós temos uma decisão do Supremo Tribunal Federal que divide as competências entre os prefeitos e os governadores, isso é importante ser visto para que não pareça e há uma omissão do governo”.