Na edição #135 do Sagres Internacional, o jornalista Rubens Salomão e o professor de história e geopolítica Norberto Salomão conversam sobre a AUKUS, o que é e por que a França está tão irritada. Além disso, analisam a fala do presidente da Argentina, Alberto Fernández, que observa a ameaça de golpe da vice, Cristina Kirchner, depois do mau resultado nas eleições legislativas e desgastes do governo. Fernández reconheceu a derrota nas urnas no início da semana.
Abre aspas
O Abre Aspas da semana é para o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Com a Argentina em plena crise institucional provocada pelo vácuo de poder a partir de renúncias em massa ordenadas pela sua vice, Cristina Kirchner, o presidente Alberto Fernández decidiu cancelar viagem planejada ao México nessa sexta-feira (17), para evitar que a sua vice assuma o poder durante a sua ausência.
“Na verdade fizemos uma aliança com todos que estão aqui, com Cristina, Sérgio, fizemos um enorme esforço neste período e, evidentemente, algo não fizemos bem para que o povo nos acompanhasse como gostaríamos. Todos nós que estamos aqui ouvimos o veredito da população. Ouvimos com respeito e com muita atenção, porque sabemos que evidentemente existem erros que podemos ter cometido e que não devemos cometer. Com erros, nós aprendemos e claro que há uma demanda que não conseguimos atender adequadamente entre os eleitores e, a partir de amanhã, vamos cuidar de prestar atenção e resolver os problemas que as pessoas apontaram”, afirmou.
O presidente argentino, Alberto Fernández, planejava viajar no começo da tarde, onde passaria o fim de semana e, de lá, emendaria rumo a Nova York para participar, de forma presencial, da Assembleia das Nações Unidas na terça-feira (21). Porém, as duas viagens foram canceladas devido à crise institucional que vive o governo.
A viagem ao México era para participar da reunião de Cúpula dos Estados da América Latina e do Caribe (CELAC). A Argentina aspira presidir esse foro. Já o discurso durante a Assembleia da ONU será virtual. Alberto Fernández não quer deixar o governo sob o controle de Cristina Kirchner. Durante a sua ausência do país, a Presidência seria exercida pela sua vice, com quem o presidente trava um duelo político por poder.
Crise institucional
Cristina Kirchner exige uma reforma ministerial que altere o rumo do governo e quer também que o ministro da Economia tenha uma política econômica expansionista para aumentar o gasto público até as eleições legislativas de 14 de novembro, fundamentais para os planos políticos do governo de controlar o Congresso.
Alberto Fernández preferia adiar mudanças nos ministérios para depois das eleições, mas, diante da crise, vê-se obrigado agora a reformular a sua equipe de governo. Sócia majoritária na coligação de governo e detentora do verdadeiro poder, Cristina Kirchner ordenou a renúncia de vários ministros, secretários e presidentes de organismos públicos. Como resultado, 11 dirigentes de governo renunciaram, o que causou um vácuo de poder.
Tema do dia
“Isso é na verdade uma apunhalada pelas costas. Nós construímos uma relação de confiança com a Austrália. Essa confiança foi traída. Estou irritado hoje, amargurado com essa quebra de contrato. Isso é não se faz com aliados, especialmente quando temos dois anos negociando este contrato. Estou muito irritado e o que também me incomoda é em relação aos americanos. Porque essa é uma decisão unilateral, abrupta, imprevisível. Parece muito com o que fazia o sr. Trump”, criticou Jean-Yves Le Drian, ministro da Europa e dos Assuntos Estrangeiros da França.
Músicas
Edith Piaf – La Vie En Rose
David Bowie – China Girl
Guns N’ Roses – Chinese Democracy
Música número 1 na Croácia
Minelli – Rampampam
O “Sagres Internacional” vai ao ar todo sábado, a partir das 14h, no site Sagres Online. No domingo, a partir das 10h, na Rádio Sagres 730, de Goiânia-Go. O programa traz um enfoque apurado e contextualizado das relações globais e de seus efeitos para as comunidades locais.
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