Os professores de instituições de ensino fundamental não possuem formação continuada quando o tema é saúde mental. A ausência é um dos motivos para a saúde mental ser um desafio em 75% das redes municipais de ensino do país. A pesquisa sobre os últimos anos do ensino fundamental na rede pública brasileira é da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da organização Itaú Social.

A Undime e o Itaú Social ouviram 3.329 dirigentes de ensino em todo o país sobre a saúde mental de estudantes e professores. Esmeralda Macana, coordenadora de estudos e pesquisas do Itaú Social, afirmou que as escolas não realizam ações efetivas sobre o tema. “A gente vê que 1/3 das redes não oferece formações continuadas sobre o assunto, ou, se oferecem, seria uma vez ao ano ou por semestre”, contou.

A pesquisa também revelou a falta de envolvimento da família nessa fase de aprendizado do estudante. O tema foi apontado por 74,1% das respostas e é visto como um grande obstáculo para a educação nos anos seguintes. 

Apesar de ser um tema em alta no ambiente escolar, o estudo mostrou que somente 39% das redes de ensino municipais fazem, às vezes, ações relacionadas à saúde mental dos estudantes. Em relação a integridade com a família, 31% das redes municipais realizam algum tipo de ação, mas raramente as instituições promovem o fortalecimento entre as famílias, a escola e a comunidade.

Formação 

A faixa etária que compreende os últimos anos do ensino fundamental é, geralmente, entre 11 e 15 anos. Com esta idade, os adolescentes passam por questões como bullying e dificuldade de convivência. Esmeralda Macana afirmou que os dois temas foram elencados. “Mas nós vemos o apontamento de baixos espaços de diálogo intersetoriais para tratar essas questões de saúde mental dos estudantes e professores”, disse.

A formação continuada dos professores ajudaria com a formação dos estudantes em relação aos temas. Entretanto, o estudo apontou que somente 49,2% das escolas possuem atividades formativas frequentes para os docentes, sendo realizadas a cada dois meses. Outras 26,1% promovem formações uma vez a cada semestre e 6,8%, uma vez por ano. 

Os dados acima são em relação aos docentes, mas segundo o levantamento, os números são proporcionais para os demais profissionais da educação. Em contrapartida, a pesquisa revelou que o total de 69,7% das escolas recebem apoio das respectivas secretarias estaduais para realizar as formações.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU); Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e bem-estar e o ODS 04 – Educação de qualidade.

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