Ele já disse ser um técnico chato, que cobra muito na rotina de treinos, só que também já mostrou ser um técnico moderno, o chamado grupo dos “emergentes”. O técnico do Vila Nova, Sidney Morais, compareceu aos estúdios da Rádio 730 nesta terça e participou do programa Debates Esportivos, onde conseguiu provar que é um técnico estudioso, com opiniões firmes, mas também aberto a qualquer diálogo.

O treinador já vive momentos de ansiedade pela estreia do “novo” Vila na Série B, nesta sexta-feira, às 19h30, contra a Luverdense, no Serra Dourada. Por isso, o comandante colorado avaliou a competição e quais os clubes que a iniciam, na teoria, à frente dos demais. O primeiro deles foi o Vasco da Gama, clube que Sidney reconhece já ser quase dono de uma vaga, tamanha diferença de orçamento, mas vê outros times bem encaminhados também.

“Se for pelo financeiro e pelo lado de elenco, o Ceará tá muito na frente. É um time que gasta, só de atacante tem Magno Alves, Bill, Tadeu, Assisinho, e qualquer um que você pegar e jogar pra cima, joga em qualquer time da Série B. O Joinville é sempre forte, paga bem os jogadores, é difícil jogar lá. O América-MG tem estrutura, tem time e dinheiro pra contratar. Falamos de time que tem folha salarial de R$600 mil à R$1 milhão, e nós trabalhamos com R$300 mil, é desproporcional”

Dá pra subir?

“Eu sou muito claro e acho que a coisas devem ser bem claras, então primeiro temos de ter humildade e pés no chão. O desafio é grande, quando fui contratado pelo Newtinho na época, a gente conversou bastante, sabia que era muito difícil o Vila sair do rebaixamento, tava 99% já rebaixado. O primeiro passo é não cair na Série B. Acho que é muito pouco dizer isso para o torcedor do Vila, todos almejamos coisas melhores e a tradição do Vila é muito grande, mas estamos vindo de um momento adverso”

“Eu, mais do que ninguém, quero subir, no ano passado eu bati na trave, mas eu não posso dar um passo maior do que a perna, não posso querer dar um passo grande porque depois eu posso cair no caminho. Tenho que caminhar degrau por degrau, é ser simples, objetivo, vamos montando nosso time com humildade. É um time guerreiro, um time que a gente procura fazer ele competitivo, que trabalha muito e que respeite nosso torcedor na arquibancada”

Trabalho diferenciado

“Eu, particularmente, gosto de jogador novo, jogador velho eu não sou muito ‘chegado’ não, até porque o velho cansa mais rápido, não aguenta campeonato todo, então tem uma dificuldade maior. A experiência conta muito, mas o campeonato é longo e vai se sobressair quem se cuidar mais, quem tiver recuperação melhor. A gente não descarta jogador mais experiente, é preciso ter uma espinha dorsal pra dar suporte para os outros”

“Estudo muito o adversário, tem que estudar, e dependendo do jogo, a gente muda (esquema tático). Tem que avaliar o adversário, hoje na minha concepção de futebol, não tem aquele negócio de ‘vou só preocupar com meu time’, por o time em campo e o que vier, acontece. Eu gosto muito de jogadores que façam mais de uma função e treino isso também. De acordo com o jogo e com aquilo que vai acontecendo, a gente pode mudar”, concluiu