O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (Sindipúblico), Nylo Sérgio, criticou, em entrevista ao programa Sagres Sinal Aberto, na manhã desta segunda-feira (7), o retorno dos trabalhos presenciais dos servidores públicos de Goiás. “Nós estaremos a partir de hoje visitando todos os órgãos da administração pública. Os servidores que se sentirem vulneráveis podem denunciar”, ressaltou Nylo ao reforçar que o sindicato fará uma fiscalização da retomada.

O retorno foi publicado na edição suplemento do Diário Oficial de Goiás na última segunda-feira (30) e neste domingo (6), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) deferiu uma liminar que suspende o retorno das pessoas que fazem parte do grupo de risco.

O artigo 3º do decreto descreve o grupo que não precisa voltar ao trabalho presencial. “Servidores com 60 anos ou mais; com imunodeficiências ou com doenças  preexistentes  crônicas  ou  graves; gestantes e lactantes com filhos de até 12 meses. Para Nylo, a listagem foi insuficiente. “O governo se mostrou insensível ao grupo de risco. Nós verificamos que na edição do documento não contemplava todos e, considerando o aumento do número de casos e mortes de Goiás, principalmente de Goiânia, decidimos impetrar o mandato de segurança”, afirmou. A Secretaria da Administração estadual (Sead) informou que um novo decreto vai explicitar o posicionamento.

Confira a entrevista completa:

O presidente do Sindipúblico criticou o retorno neste momento ao considerar a estrutura física dos órgãos públicos. “O palácio Pedro Ludovico, por exemplo, está com a maioria das janelas fechadas, uma vez que a recomendação é manter o local arejado. E o palácio é um dos lugares com estrutura melhor, mas no interior do estado não é assim. Necessitamos que sejam atendidas todas as recomendações”, reforçou Nylo.

Pra isso, o sindicato, segundo o presidente, vai a partir de hoje fiscalizar as condições sanitárias dos prédios. “Nós estaremos visitando todos os órgãos da administração pública. Criamos uma ouvidoria para que o servidor ou o cidadão possa entrar em contato para fazer denúncias caso se sintam vulneráveis. Solicitamos também ao governo que faça um trabalho de prevenção, para que seja enviado um engenheiro do trabalho para fiscalizar limpeza e distanciamento”. Os canais disponibilizados pelo sindicato foram: 9.85933749 (WhatsApp) e pelo e-mail: [email protected].

Nylo ainda citou que em alguns ambientes o distanciamento entre as mesas dos servidores não atendem a recomendação de 2 metros. “A realidade do estado é essa. Nós consideramos isso um atentado à saúde. O meio de trabalho do servidor pode ser um meio de contaminação, onde ele e a população, que busca o serviço, podem ser contaminados”. Ele acrescentou que não houve conversa prévia com a categoria antes da decisão. “Fomos pegos de surpresa. Não teve diálogo com representantes dos servidores públicos. Ficamos sabendo junto com a população goiana, por meio do decreto”.