O Ministério da Educação (MEC) informou que corrigiu no início da tarde desta segunda-feira (27) uma falha na plataforma do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que não mostrava a classificação dos estudantes nas listas de espera. No entanto, não explicou o motivo dos dados terem sido divulgados incompletos. O resultado da chamada regular do Sisu foi divulgado, mas alguns candidatos que não foram aprovados enfrentaram dificuldade com as listas de espera. 

O MEC divulgou a lista dos aprovados em planilha Excel e inicialmente sem classificação dos estudantes nas listas de espera. Sem a informação, portanto, os candidatos ficaram completamente às cegas para optarem entre a 1° e a 2° opção de curso da inscrição. 

A informação era vista automaticamente nos últimos anos logo que o estudante fazia o login na plataforma do Sisu. Eles conseguiam ver se foram aprovados ou não e quem não passou acessava a informação de sua posição na lista de espera para as duas graduações para as quais se inscreveu.  

A informação é um guia para conseguir entrar numa universidade ainda na edição do primeiro semestre do Sisu. A manifestação de interesse na lista de espera começou no dia 26 e segue aberta até 31 de janeiro. Na análise do candidato para concorrer a lista de espera pode ocorrer o seguinte cenário: estar na 5° posição na lista de espera para a primeira opção de curso e  na 25° posição na segunda opção de curso.

Aplicativo Meu Sisu

Não havia como saber a posição na lista de espera por meios oficiais do MEC pela manhã e então alguns estudantes optaram por formas alternativas. Uma opção para buscar a informação foi o aplicativo Meu Sisu, uma plataforma gratuita desenvolvida por três estudantes da Universidade de São Paulo (USP) após terem o mesmo problema em 2023.

Jesus Sena, Pedro Porto e Vinícius Martins lançaram o aplicativo no ano passado. Ele divulga as notas parciais, a nota de corte, peso e bonificação de vários anos. Além disso, a plataforma permite que os estudantes acessem a informação por estado, cidade, instituição, curso e modalidade. E, ainda, há a possibilidade de selecionar a modalidade de ingresso: escola pública, pessoas pretas, pardas e indígenas.

Jesus Sena, de 20 anos, hoje estuda Ciências da Computação na USP, mas em 2023 teve problema para acessar a informação que muitos candidatos também não estão conseguindo acessar esse ano. Ao Metrópoles, ele explicou a ideia do projeto Meu Sisu.

“Eu e meus colegas prestamos o vestibular de 2023 e começamos a pesquisar informações do nosso curso de computação para que encontrasse em quais universidades a gente tinha mais chances de passar com a nossa nota do Enem. A gente usou vários sites independentes e sites oficiais, mas nenhum centraliza todas as informações de forma simplificada. Nas redes sociais, percebemos que outros alunos sofriam dessa mesma falta de acesso à informação no curso deles”, disse.

Meu Sisu

O aplicativo Meu Sisu é gratuito e Jesus Sena disse que o projeto é manter assim. “Receber algum valor por ela vai totalmente contra o motivo dela existir. O motivo da criação sempre foi ajudar todo mundo por meio da educação, independente de condições financeiras”, contou. A plataforma lançada em 2024 já alcançou 6,7 milhões de acessos na semana de lançamento deste ano.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de Qualidade.

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