As eleições em Goiânia aos poucos vai ganhando corpo e forma. Após o encerramento do prazo de filiação partidária, os nomes dos pré-candidatos vão sendo colocados à prateleira, cada um vai tentando a sua viabilidade, buscando a melhor costura de alianças. Mas, o que quase não se viu até aqui foi a apresentação de propostas e como resolver problemas da cidade.

Mas, antes de prosseguir, talvez você leitor esteja se perguntando: “mas ainda nem começou a campanha, oficialmente nem estão definidos os candidatos, como podemos falar em propostas?”.

Bom, tudo bem!! Esse é um argumento a ponderar, mas considero insuficiente. Do ponto de vista legal, a regra é que o pré-candidato tenha domicílio eleitoral no município que pretende participar do pleito, com pelo menos 6 meses de antecedência.

Dito isso, espera-se dos pré-candidatos que conheçam os problemas da cidade. Porém, não apenas isso, ou seja, que também apresentem possíveis soluções, não restrita apenas ao campo das ideias, mas também na identificação de fontes de recursos.

O que se espera minimamente de um candidato é isso, que tenha conhecimento da cidade e de seus problemas, a indicação de soluções e como pode melhorar a qualidade de vida da população goianiense, principalmente quando se cumpre parâmetros ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Debate de nomes

Em parte, o debate em torno de nomes acontece bastante por responsabilidade de nós da imprensa. Essa é uma agenda que interessa aos agentes políticos e pouco interfere na vida da população. O debate fica concentrado no capital político de A, B ou C; De corrente política de esquerda, direita, ou de centro.

Ainda, se o candidato é ligado ao governo federal, estadual ou municipal. Enfim, o que deveria ser mais incisivo, mesmo no momento da pré-campanha e se as figuras que pretendem participar do processo eleitoral têm capacidade para resolver problemas como a coleta de lixo, que desde 2012 apresenta irregularidades, conforme análise feita neste blog.

Ainda questões como a gestão de resíduos sólidos, por exemplo. Como o Aterro Sanitário deixará de ser um problema para ser fonte de riquezas para Goiânia? Ou ainda a drenagem urbana, geralmente pensamos nela somente em alagamentos, mas quando discutimos o Plano Diretor e outras políticas urbanas, fechamos os olhos e empoderamos o viés econômico.

Outro ponto é a precariedade na Assistência Social que há anos se arrasta. Ainda, a conclusão e o bom funcionamento de unidades de Saúde. Não é razoável que uma UPA como a do Jardim Guanabara esteja fechada desde 2019, quando a obra deveria durar apenas alguns meses.

Educação e Meio Ambiente

Por fim, e não menos importante gostaria de destacar exemplo na área da Educação. O competente jornalista Deivid Souza do Jornal O Popular publicou neste sábado (13), reportagem com o seguinte título: Goiânia fez 28 creches nos últimos 10 anos.

Deivid relata que obra iniciada no Setor Jardim Real no ano de 2014 ainda não ficou pronta. Aqui no blog por diversas vezes, citei obra no CMEI do Parque Atheneu II, que também começou a ser construído em 2014.

Como um CMEI não é concluído em 10 anos? Isso é a prova que Educação é prioridade apenas na propaganda política, mas não na efetividade da política pública. Ou como construir apenas 28 creches em uma década? Os números do deficit de vagas são imprecisos.

Que as senhoras e senhores candidatos não apenas conheçam, mas que vivam a realidade o sofrimento da população, para que ao chegar no período eleitoral não venhamos a ouvir propostas mirabolantes e inexequíveis. Por isso, é importante um debate com mais propostas e menos nomes.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU): 03 – Saúde e bem-estar 04- Educação de Qualidade; 11- Cidades e Comunidades Sustentáveis e 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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