O diretor de Comunicação do Vila Nova, Romário Policarpo, disse que o Vila Nova repudia a acusação de racismo feita pela assessora do Brusque-SC contra um dirigente colorado durante a partida deste sábado (2), válida pela quarta rodada do quadrangular da Série C.

“O posicionamento do Vila Nova é de total repúdio ao que a gente viu hoje a funcionária do Brusque fazer aqui. Desde o início do jogo, primeiro ela se posicionou ao lado das pessoas do Vila Nova que estavam aqui enquanto toda a delegação do Brusque estava posicionada todo outro lado do estádio. No momento do segundo gol, inclusive tem as imagens da própria Dazn [detentora dos direitos de transmissão com imagem do campo], onde ela fervorosamente discutiu com vários dirigentes do Vila Nova durante o gol. A gente respeita a equipe do Brusque, mas a gente exige que o Vila Nova Futebol Clube seja respeitado até pelas campanhas que nós fazemos aqui contra o preconceito”, afirma.

Na acusação, de acordo com o vice-presidente do Brusque-SC, Carlos Beuting, a assessora teria ouvido que Vinícius Marinari, diretor de Patrimônio do Vila, teria chamado o atleta Jefferson Renan, da equipe catarinense, de macaco, pouco depois de o time sulista ampliar o placar para 2 a 0, após os 20′ da etapa complementar.

Policarpo negou que tenha ocorrido qualquer tipo de racismo ou injúria, e que o atleta do Brusque se aproximou do banco de reservas do Vila Nova para se hidratar.

“O que de fato aconteceu é que o jogador do Brusque veio até o banco de reservas do Vila Nova para pedir uma água, o nosso massagista cedeu uma água para ele. O nosso diretor estava ali na lateral, o jogador pegou a água, bebeu e voltou. Nesse momento ela vem do outro lado, ela muito distante do local que estava, falando que ouviu que o nosso diretor teria proferido palavras ao jogador do Brusque”, descreve.

Segundo Policarpo, ninguém ouviu qualquer ato racista, ao contrário do que acusa o clube catarinense. “O jogador que estava a menos de dois metros do nosso diretor não ouviu, ninguém do banco ouviu, nenhuma outra pessoa na arquibancada ouviu, a Polícia Militar que estava próxima não ouviu, e mesmo assim ela ainda insiste em falar que ouviu. Eu acho que é muito ruim isso até para as campanhas que os clubes de futebol têm feito porque aí já começa a virar palhaçada”, critica.

O diretor de Comunicação do Vila Nova diz que a equipe catarinense tenta usar o suposto falso ato de racismo para se promover.

“Então é querer ganhar cinco minutos de fama. A gente vive um momento muito grave em relação ao preconceito. O futebol precisa ter um basta nisso, mas a gente tem que ter responsabilidade. A gente não pode transformar uma partida de futebol em que o Brusque ganhou dentro do campo em um circo de carnaval para que um clube de futebol ganhe cinco minutos de fama como a gente está vendo aqui hoje”, afirma.

Ainda segundo Romário Policarpo, o Vila Nova vai processar a equipe catarinense. “Nós vamos até as últimas instâncias contra o Brusque. O Vila Nova vai procurar o seu departamento jurídico e com certeza a gente vai acionar não só a funcionária como a equipe do Brusque também judicialmente, porque se eles não conseguirem comprovar, o que de fato não vão conseguir comprovar porque não há imagem e não há testemunhas, o Vila Nova vai processar esse clube por calúnia e difamação”, conclui.

À Sagres, a assessora Lara Vantzen disse que está com a consciência tranquila, que não tem nada a esconder e que vai levar a acusação adiante.

Em seu site oficial, o Vila Nova também se posicionou por meio de nota. Confira o documento na íntegra a seguir

“No segundo tempo da 4ª rodada da 2ª fase da Série C 2020, em partida entre Vila Nova e Brusque no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), em Goiânia, a assessora de imprensa do clube visitante acionou a polícia alegando que um membro da diretoria vilanovense teria proferido palavras injuriosas de cunho racista em desfavor do atleta Jefferson Renan, camisa 20 do time catarinense.

Ao término da partida, o próprio atleta, ao ser consultado pela Polícia Militar, negou o ocorrido e não confirmou a acusação. Vale ressaltar que a denunciante não apresentou prova e a situação está sendo apurada pelas autoridades. Cumpre frisar que ninguém ao redor aduziu ter ouvido qualquer ofensa proferida.

O Vila Nova Futebol Clube repudia todos os tipos de atos preconceituosos em qualquer forma de manifestação. O clube reafirma frequentemente, com ações práticas, o combate ao racismo, como no seu terceiro uniforme “Manto Do Povo” estampado com a frase Vidas Negras Importam, reforçando seu histórico de luta popular, inclusão social e respeito.

A instituição se coloca à disposição para esclarecimentos e acompanhará de perto as apurações do caso.

VILA NOVA FUTEBOL CLUBE“.

Veja como foi o pós-jogo a seguir

Atualizada às 22h19 para acréscimo de informação sobre a assessora do Brusque-SC