O professor de Planejamento Ambiental do Instituto de Tecnologia da Geórgia, Brian Stone Jr.,analisa soluções do passado que possam ser respostas para o resfriamento das cidades no presente. A redução do calor urbano é um dos maiores desafios da atualidade, visto que a construção das cidades eliminou grande parte da melhor forma da ocorrência desse resfriamento.

Stone Jr. aponta em seu livro “Adaptação radical: transformando cidades para um mundo com mudanças climáticas” que as cidades modernas criam o efeito de “ilha de calor urbana”, pois elevam involuntariamente suas próprias temperaturas. Isso acontece de quatro maneiras listadas pelo professor da seguinte forma:

1 – As árvores são cortadas para dar lugar aos prédios e aos carros, o que diminui o sombreamento e prejudica a transpiração que libera vapor de água de resfriamento.

2 – A urbanização amplia o calor, haja vista que o asfalto e o concreto absorvem o calor do sol e os materiais escuros também aquecem mais o ambiente.

3 – Na absorção de energia solar, estão incluídos o calor de resíduos de escapamentos de veículos, processos industriais e sistemas de ar condicionado de edifícios.

4 – As temperaturas da cidade são elevadas em áreas ocupadas por edifícios altos.

Soluções antigas que servem para o presente

Brian Stone Jr. destaca que alguns quarteirões das cidades permanecem protegidos das temperaturas de onda de calor  mesmo nos períodos do ano em que o calor extremo se apresenta ainda mais intenso. 

Segundo o professor, isso ocorre porque as cidades antigas têm ruas mais estreitas para diminuir as temperaturas no fim da tarde, já que esse estreitamento impede uma maior exposição à luz solar. Outra solução que vem das cidades antigas é o uso de cores claras para paredes e telhados, que refletem melhor a luz solar. A ideia foi bastante utilizada na arquitetura caiada das Ilhas Gregas.

Terceiro presidente da história dos Estados Unidos, Thomas Jefferson empregava em novos assentamentos um padrão quadriculado para os quarteirões urbanos, intercalando as construções com vegetações e promovendo o resfriamento entre zonas frias e quentes.

Assim, o professor observa a possibilidade das soluções do passado serem soluções também para o presente, pois o efeito de ilha de calor urbana pode aumentar as temperaturas de verão em torno de 5,6 a 11 graus Celsius e isso por causa da forma como as cidades foram construídas e dos efeitos das mudanças climáticas.

*Com CicloVivo a partir de artigo do The Conversation

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis.

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