Para a abertura do último dia de prova do Rally Berohokã, a saída foi realizada da cidade de Cocalinho (MT), ao lado da pista de Jeep Cross, pista criada pelo prefeito Luiz Henrique para a disputa do campeonato matogrossense. Ele é um dos favoritos ao título estadual. Depois de passar por terrenos bastante arenosos na sexta, por uma trilha de estrada bastante vermelha e barro no sábado, o domingo e último dia de prova foi um verdadeiro tira-teima e o divisor de águas.

Largada de Cocalinho (MT)

Nos primeiros 100km, os rallyzeiros puderam correr em um terreno um pouco mais tranqüilo, com bastantes retas e uma terra bem vermelha. O carro 83, dupla feminina de Brasília, com um problema mecânico teve que abandonar a competição. Fato que deixou as meninas arrasados por não conseguir completar a prova. Mas, mal sabiam que de certa forma tiveram muita sorte. Porque se houvesse a quebra um pouco mais a frente a situação seria bastante complicada pela distância entre as cidades.

Este foi o trecho mais inabitados de todos os 1450 km. Foram 450 km de grandes fazendas sem qualquer sinal de vida humana. O Rally Berohokã passou em frente a sede da fazendo do cantor e deputado Frank Aguiar. Depois da metade da prova, o terreno foi mudando para longas retas que oscilavam entre areias, terra vermelha e terrenos alagadiços. Neste trecho vi uma fazenda muito interessante, seguida por umas dez casinhas e um grande maquinário que está abandonado. O casarão, semelhante aqueles que podemos ver nas novelas de época, também abonado está em forma de U, com vários móveis empoeirados e a distância pareciam que existiam vários cômodos.

Casarão colonial abandonado que estava na trilha do Berohokã
Casarão colonial abandonado que estava na trilha do Berohokã

Neste trecho, alguns integrantes da equipe de apoio se atrapalharam na planilha do rally e pegaram o caminho errado e percorreram cerca de 8 km. Quando perceberam que as informações da planilha não batiam com as do relevo, contataram o rádio e ai entrou em ação a turma limpa-trilha. Demoramos cerca de 1h30 para encontrar o pessoal e retomar a trilha. Assim o novo comboio foi formado por quatro camionetes, uma moto e um quadriciclo.

A prova foi encerrada na fazenda do Caju, cem quilometro antes do previsto. Isto porque o corpo de bombeiros e o Ibama não autorizaram que os carros atravessassem o Parque do Araguaia. Isto para segurança dos competidores e também dos animais. A partir da fazenda do Caju, todos desceram para a balsa e atravessaram o rio das Mortes, próximo a cidade Novo Santo Antônio (MT), local programado para descanso e abastecimento. O quadriciclo puxava para dentro da balsa os carros que atolavam muito próximo de entrar na balsa.

Quadriciclo de 300 hp puxando camionete atolada
Quadriciclo de 300 hp puxando camionete atolada
Ao final do 1 Rally Ecológico de Regularidade Berohokã, os goianienses Juca e Berg conquistaram o titulo na categoria graduados. Os cuiabanos Gustavo e Erac foram os campeões na categoria Turismo. Os goianos de Jataí Livânio e Ana Cristina sagram-se os melhores da categoria expedition. A entrega dos prêmios foi realizada em palco que tinha como cenário o Rio Araguaia e a Ilha do Bananal. Houve também a apresentação de algumas danças dos índios carajás. Eles vivem na maior ilha fluvial do mundo e sofrem bastante com a interferência dos brancos na cultura indígena.