Em julgamento tenso e cheio de apelos realizado na tarde desta sexta-feira no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Atlético-PR e Vasco foram punidos com perda de mando de campo e multa pelos incidentes lamentáveis do último domingo, na Arena Joinville. Em decisão da 4ª Comissão Disciplinar, o Atlético-PR perdeu 12 jogos de mando e o Vasco, oito. O árbitro Ricardo Marques Ribeiro, que prestou depoimento, e as Federações de Futebol do Paraná e de Santa Catarina foram absolvidos.

Além das perdas de mando de campo, o Furacão teve multa de R$120 mil e o Vasco terá de pagar R$80 mil. O STJD definiu que metade dos mandos perdidos terão de ser de portões fechados (Atlético-PR com seis jogos e Vasco com quatro). As duas equipes devem recorrer ao Pleno do Tribunal, mas o novo julgamento só deve acontecer no próximo ano.

O Atlético-PR foi enquadrado nos artigos 191 e 211 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O primeiro consiste em “deixar de cumprir ou dificultar o cumprimento de medidas para garantir a segurança dos torcedores antes, durante e após a realização da partida”, enquanto o segundo relata que “deixar de manter o local indicado para a realização da partida com infra-estrutura necessária a assegurar a plena garantia e segurança para a sua realização”. Além disso, o clube paranaense também foi denunciado no artigo 213, o mesmo que o Vasco, que consiste em “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens na praça de desporto, além de atirar objetos no gramado”.

Entre os pontos importantes do julgamento realizado no STJD está o depoimento do arbitro Ricardo Marques Ribeiro, que garantiu ter tomado a decisão de retomar a partida nos 60 minutos que consta no regulamento da CBF. O jogo recomeçou 73 minutos depois, mas os 13 minutos excedentes, segundo o arbitro mineiro, foi para retirar as pessoas que estavam no gramado.

Outro ponto forte do julgamento foi a defesa do Atlético-PR, que foi feita pelo advogado Domingos Mouro, com largas explanações e um tom muito enérgico. O advogado até concordou com a punição em portões fechados, para surpresa dos auditores, mas não queria a perda de mando para o clube paranaense.