Neste sábado (24) Goiânia completa 87 anos, em comemoração à data o programa Super Sábado desta semana teve uma programação especial. Desde a proclamação da República, em 1889, a transferência da capital goiana da cidade de Goiás, criada no século XVIII, já era discutida.

A Constituição de 1891, no entanto, manteve a capital na antiga região aurífera. Com o fim do período do ouro, a velha Goiás, antiga Vila Boa, começou a perder a hegemonia econômica e cidades envolvidas com a criação de gado e agricultura, localizadas mais ao Sul do Estado, passaram a ter mais importância do que a capital.

E assim começou a discussão para a criação de uma nova capital. Quem deu mais detalhes sobre o assunto foram o professor e historiador, Norberto Salomão, e o superintendente do Iphan em Goiás, Allysson Cabral. Eles foram os convidados do Super Sábado #215.

O historiador Norberto Salomão relembra como o Dr. Pedro Ludovico Teixeira foi empossado como interventor. “Nesse processo da revolução de 30, aqui em Goiás quem representava essas ideias, a aliança liberal na época, era o médico Pedro Ludovico Teixeira. Era ele juntamente com outros opositores, mas o Pedro Ludovico sempre se destacando”, conta.

Norberto destaca que na época Vargas já pensava em ampliar a atuação do governo federal no interior do Brasil. Por isso a transferência da capital para um lugar que pudesse representar a vanguarda deu a força para que o projeto de Pedro Ludovico tivesse o apoio federal.

Sobre a preservação dos prédios da capital, o superintendente do Iphan em Goiás, Allysson Cabra, destaca que esses cuidados são de responsabilidade de seus donos. Por exemplo, se o patrimônio é estadual, esse deve cuidar e manter o local.

Contudo, o superintendente conta que há uma dificuldade na conscientização da comunidade sobre a importância de ter um bem histórico. Segundo ele isso ocorre em todo o Brasil.

“Temos dificuldade nessa preservação e por isso o Iphan Goiás hoje promove a educação patrimonial”, explica. Costumo dizer que ninguém preserva o que não conhece. Se você não conhece sua história você não preserva sua história”, completa.

Sobre isso Allysson defende a educação dos jovens e adultos para que todos entendam o valor desses bens. Dessa forma, segundo ele, as pessoas entenderiam e contribuiriam com a preservação dos prédios históricos da capital.