Pela primeira vez, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), será aplicado de forma digital para 96 mil estudantes pelo Brasil. Mesmo assim, os candidatos devem ir ao local de prova, o mesmo também para os alunos que farão a prova em papel. Entretanto, os estudantes terão que enfrentar o exame em meio a uma pandemia. Além disso, a Defensoria Pública da União solicitou o adiamento das provas na última sexta-feira (8).

Para falar sobre esse assunto e o possível adiamento do ENEM, o Sagres Sinal Aberto recebeu no Debate Super Sábado de hoje (09), o Coordenador do Ensino Médio do Colégio Agostiniano, Thiago Pinheiro, o biólogo e professor do Colégio Téo, André Stuart.

Além deles, o presidente dos Sindicatos dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia, Flávio Roberto de Castro e Osvany Cardoso, Superintendente de Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação de Goiás.

“Claro que saúde em primeiro lugar… Se for demonstrado que é possível fazer a aplicação dessas provas dentro das medidas de segurança, até mesmo por uma questão de organização dos calendários, seria muito interessante que isso pudesse ocorrer”, afirmou o coordenador.

Thiago Pinheiro ainda destacou ser totalmente à favor da realização das provas, caso haja segurança para todos.

“Acredito muito na seriedade do INEP. Tenho certeza que eles cuidarão de tudo para que aconteça de forma segura e organizada”, disse a Superintendente.

Flávio Roberto salientou também a preocupação do ENEM que dá oportunidade aos mais carentes, tendo a política de cotas e as maiores das universidades adotar a prova como processo seletivo de entrada. Além disso, comentou que não é tão simples adiar e o grande prejudicado será o aluno com menor poder aquisitivo.

Em relação ao Enem digital, Osvany avaliou que o será um avanço, e que se trabalha com um piloto para que as situações que devem ser aprimoradas, se resolvam até o momento de aplicar a prova online a todos os estudantes.

André Stuart comentou até qual ponto a situação vivida este ano com o Enem pode interferir a realização da próxima edição.

“Em relação em confecção de prova, não haverá tantos problemas, mas o nosso trabalho na sala de aula interfere por causa do planejamento. E quando não temos a certeza de quando será essa prova ou será aplicada, também interfere no psicológico dos alunos.”

Sobre a prova pelo computador, o professor explicou que pode trazer uma tranquilidade aos alunos se aplicada ao longo dos anos. Isso porque sanaria o problemas dos estudantes de se preparar três anos para um único dia de prova, e acrescentou que muitos deles podem não se sentir bem no dia tão importante.

O INEP busca aplicar uma prova digital este ano, como piloto para alguns alunos. Em 2022, duas aplicações, e a tendência que até 2026 o ENEM seja completamente digital. As provas deste anos estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro.

Mariana Tolentino é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o Iphac e a Unialfa, sob supervisão da jornalista Tandara Reis.