O Vila Nova Futebol Clube desperdiçou a chance de terminar a temporada de 2021 levantando um troféu. A equipe colorada foi até Belém, no Pará, e perdeu nos pênaltis para o Remo na final da Copa Verde. Após um 0 a 0 no jogo da ida em Goiânia, as equipes ficaram no empate sem gols na partida da volta, mas nas penalidades o Leão venceu por 4 a 2.

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Enquanto o time paraense teve 100% de aproveitamento e converteu as quatro cobranças, o Tigrão desperdiçou com André Krobel e Cardoso. Clayton e Rafael Donato marcaram os gols nas duas primeiras penalidades. Com a derrota, o Vila Nova deixa para traz a premiação da Copa Verde, a oportunidade de entrar na Copa do Brasil de 2022 na terceira fase e com isso também mais de R$ 1,7 milhão.

No Sistema Sagres de Comunicação, após o revés do clube goiano, os comentaristas Evandro Gomes, Tim, José Carlos Lopes, Charlie Pereira e Cléber Ferreira analisaram o resultado, a escolha dos cobradores para as penalidades e se jogadores que estão machucados ou não ampliaram seus vínculos para a disputa da Copa Verde, fizeram falta nas duas partidas da final.

Escolha dos batedores

Os quatro atletas escolhidos para baterem as penalidades do Vila Nova foram Clayton e Rafael Donato, os dois primeiros que converteram as cobranças, além de André Krobel e Cardoso que pararam no goleiro Vinícius.

“Muita gente fala que pênalti é sorte, mas na verdade é competência. O Vila Nova não cobrou bem os pênaltis. Colocar André Krobel e Cardoso é porque o Vila não escolheu bem os seus batedores. Sai invicto da competição, não perdeu nenhum jogo (no tempo normal) nessa Copa Verde, mas não fica com o título. Para mim o time colorado perdeu o título no jogo de Goiânia, quando deveria ter vencido”, analisou José Carlos Lopes.

“Vamos ser sinceros, time que tem André Krobel e Cardoso para cobrarem os pênaltis, não pode ganhar nada não”, afirmou Cléber Ferreira.

“O problema não é nem tanto o Krobel bater porque as vezes ele treinou bem ou não treinou. Os dois jogadores do Vila foram olhando para a bola, observem que eles não olham para o goleiro. Nas duas cobranças o Vinícius sai (do gol) bem antes, mas o atleta coloca na cabeça que vai bater ali, não olha para o goleiro, mete a ‘pancada’ e o adversário vai lá e pega. Jogador para bater pênalti tem que ter categoria. Pênalti bem batido o goleiro não pega. Você ter (Bruno) Collaço e Tiago Real, os jogadores da bola parada e eles não vão para as cobranças?”, destacou Evandro Gomes.

“A questão de bater pênalti vai além do treinamento. Você treina em uma situação totalmente diferente, você não treina com a torcida do Remo atrás do gol como estava ali. Então para mim o lado emocional, o psicológico, também é importante. Por ser um jogo fora de casa e com a pressão que estava eu imaginei que iriam os jogadores mais experientes. O treinamento é importantíssimo, mas também é preciso ter a percepção porque a parte emocional pesa muito e é importante estar tranquilo na hora de cobrar”, frisou o craque Tim.

Ausência de atletas importantes

O técnico Higo Magalhães não conseguiu utilizar na Copa Verde alguns jogadores importantes que terminaram o Campeonato Brasileiro da Série B defendendo o Vila Nova. Além dos volantes Deivid e Dudu que estão lesionados e ficaram em Goiânia, o treinador não contou com o atacante Alesson que, de última hora, sofreu uma lesão no tornozelo.

Outros jogadores que não entraram em campo foram Willian Formiga, Arthur Rezende e Pedro Júnior, que tiveram os contratos sendo encerrados em novembro e optaram em não estendê-los até o término da competição regional. O atacante foi, inclusive, o artilheiro da equipe no torneio com sete gols marcados e três partidas.

Na visão dos comentaristas da Sagres, algumas ausências foram decisivas para que o clube goiano não levantasse o troféu no norte do país.

“O Formiga e Arthur foram titulares, mas não dois jogadores excepcionais, o que prova que o Vila Nova tinha um time bom, razoável, mas não tinha um elenco. Quem fez falta para mim foram os dois jogadores que estão no clube e não puderam jogar, o Dudu e o Alesson, esses dois sim fizeram falta. O Pedro Júnior fez sete gols nessa Copa Verde mas contra quem? Ele foi um jogador visado pela torcida nos jogos que entrou na Série B. Não acho que ele resolveria o problema do Vila Nova dentro de campo”, ponderou Evandro Gomes.

“O Pedro Júnior teve uma participação fundamental nessa Copa Verde com gols importantes para o Vila Nova chegar na decisão. Para mim todos os jogadores fizeram falta, mas para fazer a diferença foram Dudu e Alesson”, reforçou José Carlos Lopes.

Trabalho de Higo Magalhães

As opiniões no SuperDebate também chegaram ao trabalho do técnico Higo Magalhães, que optou pela entrada de Éder Monteiro na formação titular do meio-campo e de Rafael Silva que entrou no ataque na vaga do contundido Alesson.

“Por mais que estivesse jogando em um ‘caldeirão’, com pressão e com todos os desfalques, o Vila Nova não pode começar o jogo com três volantes e sem ninguém para armar, ainda mais com a camisa que tem e com a campanha que fez em comparação com a do Remo. O Vila jogou sem nenhum armador”, pontuou Charlie Pereira.

“O Vila Nova errou em usar o Moacir ali no meio-campo, é uma posição que ele não joga há tempos, ele se transformou em ala e muito bom jogando bem. Você ainda coloca três atacantes sem um meia para alimentá-los. Para mim o Higo também errou ao não mudar no intervalo, quando o Krobel estava mal e nós pedíamos para colocar o Tiago Real e deslocar o Moacir para a lateral. Ele tinha dois meias no banco, o João Pedro e o Tiago, mas começa com três jogadores de marcação”, ressaltou Evandro Gomes.