Neste domingo (30/5), Goiás atingiu a marca de 17 mil mortes provocadas pela Covid-19. O Estado somou mil mortes em 16 dias. Em entrevista à Sagres, nesta segunda-feira (31), a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, alertou que Goiás vive hoje transmissão acelerada do vírus com alta na taxa de ocupação de leitos hospitalares.

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Nesta manhã, o painel em tempo real da Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) atingiu 90% de taxa de ocupação dos leitos de UTI. As enfermarias exclusivas para Covid-19 estavam com 67% ocupadas.

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Para Flúvia, não há uma definição se o Estado vive uma terceira onda ou um repique da segunda, já que Goiás não teve uma redução de casos efetivamente. “Existem entendimentos diferentes, mas essa definição pouco importa. O que importa é que estamos caminhando sim para uma subida de casos, com transmissão acelerada do vírus”, reforçou.

A superintendente citou o mapa de calor que foi divulgado na última sexta-feira (28) que mostrou aumento de regiões de Saúde em situação de calamidade. Goiás passou de 8 (no dia 21 de maio) para 11 regiões no pior patamar da pandemia. Os indicadores de solicitação de leitos e taxa de ocupação aumentaram nessa regiões.

FLEXIBILIZAÇÃO

A flexibilização foi um dos fatores que provocaram esse aumento de casos, segundo Flúvia. “Quando você flexibiliza, a população entende que a pandemia acabou ou que está muito tranquila. Aí vemos muitos eventos, gente sem máscara, boates abertas, que são lugares de alto risco de contaminação. Não vivemos um momento em que, mesmo com a flexibilização, as pessoas mantem os cuidados, infelizmente. A gente precisa rever a forma e avaliar melhor como fazemos essa flexibilização. Precisamos de um plano, aprendendo com os erros e com os acertos de outros lugares”.

A cidade de Araraquara, em São Paulo, foi um exemplo citado por Flúvia. A cidade faz uma avaliação gradativa da pandemia, com a abertura das atividades comerciais de forma planejada. “Nós temos um estudo que mostra quais as atividades que têm risco maior de contaminação. Todo planejamento de flexibilização tem que ter essa base de informações. Vivemos um momento difícil por parte da população, existem questões políticas e econômicas, mas temos bagagem e evidencias de como fazer e trabalhar da melhor forma”, destacou.

Flúvia reforçou que o exemplo de Aparecida, que trabalhou com escalonamento, não se aplica a todos os municípios. “Temos situações muito distintas em Goiás. Precisamos avaliar a situação de cada município. Não dá para ter uma receita de bolo pro Estado todo. O mapa de risco mostra quais regiões estão em calamidade e cada cidade precisa estabelecer estratégias”.

NOVAS VARIANTES

Flúvia acredita que não há a relação de aumento de casos com a entrada de novas variantes do coronavírus, como a indiana por exemplo, em solo brasileiro. Segundo a superintendente, esse terceiro pico tem conexão com as variantes que já estavam circulando em Goiás. “Até o momento não temos o registro de variantes novas. Fizemos um levantamento de amostras essa semana para fazermos esse sequenciamento”.