A cidade está sacudida por denúncias e o fato interessa ao povo, que é quem paga a conta. Nos últimos dias, as ruas do Centro de Goiânia foram tomadas por manifestantes e o motivo maior dos protestos foi o aumento na tarifa do transporte coletivo. As manifestações maiores, no entanto, deveriam ser contra algo ainda pior, que está sendo tramado contra quem circula pela Capital, seja a pé, de ônibus ou dirigindo carro. São os bastidores do Veículo Leve sobre Trilho, o VLT.

{mp3}stories/audio/2013/Maio/A_CIDADE_E_O_FATO-_23_05-QUINTA{/mp3}

Na entrevista que concedeu à edição desta quinta-feira do jornal “O Popular”, o supersecretário Giuseppe Vecci falou sobre os “bandidos” do próprio governo que ele integra. E recitou a palavrinha mágica do VLT, licitação. O termo “licitação” surgiu em meio a outras declarações fortes de Vecci acerca de seus colegas de secretariado: “jogo sujo”, “Operação Monte Carlo”, “rolo”, “esquemas”, “fisiologismo”, “clientelismo”. A grande licitação preparada no momento é a do VLT.

Veículo Leve sobre Trilho é o nome moderno de um transporte inadequado para grande número de passageiros. É o romântico bonde voltando ao cenário em diversos lugares do mundo e inovando em Goiânia. O maior problema do VLT, além da licitação, é o romantismo, incapaz de transportar os 400 mil passageiros que sofrem todos os dias na região metropolitana. O governo age em diversas frentes para torrar os fundos arrecadados. Uma delas, na Assembleia, dá mais dinheiro público para donos de empresas de ônibus. Outra é a licitação, que possivelmente será vencida por empresa do porte da Odebrecht.

No mesmo O Popular em que Vecci fala dos “bandidos” do governo foi mostrada a lagarta Helicoverpa armigera. A megera ainda indomada deu 1 bilhão de prejuízo no Oeste da Bahia e acaba de chegar às lavouras de Goiás. A locadora de veículos para a Segurança Pública também deu altos prejuízos na Bahia e ganhou licitação milionária em Goiás. As empresas de ônibus também funcionam como lagartas, entrando no bolso do usuário com suas tarifas altas e nos cofres públicos com seu lobby político.