A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) anexou no calendário esportivo de competições a Taça Prata Masculina, uma espécie de Série C comparado ao futebol. Ao todo, sete equipes disputaram quatro vagas na Superliga B 2016/17. Entre os classificados estão dois clubes goianos. O Clube Jaó e o Montecristo.

Em entrevista concedida a repórter Nathália Freitas, da Rádio 730, Paulo Martins, técnico do Montecristo deu detalhes sobre a estrutura da equipe que na próxima temporada disputará, além do torneio nacional, o Campeonato Goiano.

“Hoje, nós temos categorias de base que vão dos 13 aos 19 anos, além de uma equipe de masters. Temos 80 alunos em um projeto social. Quanto aos funcionários, a maioria trabalha de forma voluntária. São pessoas que acreditam no projeto. Nossa situação é complicada, mas acreditamos que um dia alguém irá olhar de forma diferente e nos ajude a ter ao menos uma segurança mínima para trabalhar”, relatou.

Sobre a conquista, o treinador disse que é de suma importância para o esporte e voleibol goiano. “Nós lutamos muito, mesmo com todas as dificuldades conseguimos evoluir na temporada. Agora é a hora de recomeçar o trabalho, reestruturando a equipe. O acesso foi de grande importância para o Montecristo e também para nossos atletas. Apostamos na juventude, pensando em um trabalho de médio a longo prazo”, explicou o comandante da Águia.

A CAMPANHA

Diferente do Clube Jaó que venceu um jogo e perdeu outro, o Montecristo finalizou o torneio com duas vitórias. Uma de 3 sets a 0 sobre o Vitória FSBA, da Bahia. E despachou, mesmo com interferências da arbitragem, o Tijuca Tênis Clubes – donos da casa – por 3 a 1.

OS PROBLEMAS

Assim como seu companheiro de profissão, William Mendes, treinador do Clube Jaó, Paulo formalizou sua opinião sobre os empecilhos que surgem no dia a dia do clube. “Nossas principais dificuldades são a falta estrutura e financeiro para dar as condições mínimas para os atletas continuarem atuando”, destacou.

O técnico revelou que graças às parcerias com as universidades da cidade, os atletas podem estudar por meio de bolsas. Mas o investimento que entra é todo direcionado a gastos com viagens e taxas de federações. “Quase não é possível realizar um trabalho remunerado no meio. Então nós estamos trabalhando, apostando na atual gestão para dar uma visão de continuidade. Apostando nessa moçada nova – a faixa etária dos jogadores do Montecristo é de 18 a 22 anos. A expectativa é que com essa visibilidade do acesso, nós possamos conquistar novos parceiros que trabalhem abraçados conosco. Olhem para a mesma direção”, disse.