Hoje, os animais domésticos são considerados parte da família. Assim como nós, os pets possuem necessidades de lazer, como aquele passeio no parque, e às vezes precisam de algum cuidado de saúde. A Dra. Rosângela Alves, médica-veterinária, diz, por exemplo, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) trata a saúde animal como Saúde Única, num ecossistema interligado.
“Então, a manutenção da saúde dos animais está diretamente ligada à manutenção da nossa saúde também e a saúde do próprio ambiente”, diz.
O avanço da ciência causou a diminuição do número de doenças infectocontagiosas e hoje os pets vivem por mais tempo. Entretanto, Rosângela Alves, que também é professora titular e diretora do Hospital Veterinário da EVZ/UFG, aponta que o aumento da longevidade trouxe benefícios, mas também o aumento da prevalência de enfermidades degenerativas.
“Hoje, os pets têm enfermidades muito semelhantes às pessoas, principalmente no seu processo de envelhecimento. E, além disso, como eles hoje são muitas vezes considerados membros da família, isso traz um maior cuidado por parte dos seus responsáveis”, conta.
Avanços com a tecnologia
Nos últimos anos, a saúde humana se beneficiou dos avanços da tecnologia, seja na realização de exames ou na confecção de materiais e próteses que auxiliam na qualidade de vida e no bem-estar. Ao mesmo tempo, esses benefícios também chegaram na medicina veterinária e contemplou, assim, os animais.
A cardiologia é a área de Rosângela Alves. Ela conta que as especialidades médicas da saúde humana e animal são bem parecidas. “Na veterinária nós temos dermatologia, cardiologia, oncologia, odontologia, ortopedia, nefrologia, urologia e por aí vai, temos uma série de especialidades diferentes”, explica.
A oncologia animal, por exemplo, oferece aos pets tratamento de tumores e câncer que tem quimioterapia, imunoterapia, radioterapia. “Para os animais, temos desde exames de ecocardiogramas, eletrocardiogramas, colocação de holter para eletrocardiografia ou para mensuração de pressão arterial de forma não invasiva. A rotina é semelhante ao que é feito com o homem”, diz.
“Além dos tratamentos medicamentosos tem algumas outras possibilidades no mundo, por exemplo, já tem uma série de cirurgias cardíacas que são feitas, algumas possibilidades de transplantes de válvulas, procedimentos cirúrgicos também no coração, como o implante de marca-passo”, acrescenta.
Tecnologia e saúde
O que Rosângela Alves lamenta é que o acesso aos procedimentos ainda seja “um pouco limitado”. “No caso destes procedimentos cirúrgicos temos o custo para serem comercializados, custo do material, das técnicas, da necessidade de estrutura, etc”, destaca.
O acesso é importante à medida que as enfermidades dos animais também aumentam. E atualmente já existe uma variedade de tratamentos e de novidades com estratégias terapêuticas que melhoram a qualidade de vida dos pets a cada dia.
“São avanços em tomografias, ressonância e outros exames de imagem. Além da já falada cardiologia, endoscopia, cirurgias, vídeocirurgias minimamente invasivas, tudo isso hoje já é muito mais comum na área veterinária”, diz.
Possibilidades para o futuro
A tecnologia alcança tanto os animais domésticos como os animais silvestres. Alves cita que já é realidade o trabalho com aplicativos que permitem que a família monitore atividades de consumo de água, alimentação, localização, sono e monitoramento de frequência respiratória no aplicativo do smartphone. Mas as possibilidades para o futuro são ainda maiores.
“No mesmo caminho que isso tem melhorado os cuidados com a nossa saúde paralelamente isso alcança os nossos animais de estimação também. Então, assim, existem várias coisas ainda para serem exploradas e existe um caminho ainda muito longo, vasto e rico para ser percorrido e que com certeza vai trazer muitos benefícios à saúde dos nossos pets”, finalizou.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e Bem-Estar.
Leia mais: