Funcionários protestam em frente à Oi na tarde desta quinta-feira (19) (Foto: PRF/Divulgação)

Teleoperadores de empresas de telefonia protestam nesta quinta-feira (19) em Goiânia. O motivo é o temor dos profissionais pela disseminação do novo coronavírus dentro das centrais de atendimento. Goiânia possui seis casos confirmados de covid-9. Em todo o estado, são 13 registros. 

Um servidor da empresa Atento Brasil, companhia que presta serviço de atendimento telefônico para a Vivo, e que preferiu não ser identificado, relatou que a empresa orientou os funcionários quanto aos cuidados em relação ao novo coronavírus como higienização com álcool gel e evitar o contato físico. No entanto, ele acredita que o local é insalubre, e que todos continuam trabalhando normalmente, sem respeitar uma distância mínima entre as posições de atendimento. “Está um caos lá. Muitas pessoas em um lugar só, muito próximas umas das outras”, afirma. 

Nesta quinta-feira (19), um grupo chegou a protestar em frente à portaria da empresa, que fica nas proximidades da Avenida 136, no Setor Marista. 

Na BR-153, na Vila Redenção, teleoperadores da Oi também protestam na tarde de hoje (19). Os manifestantes chegaram a bloquear o trânsito da rodovia no sentido Goiânia-Aparecida. O congestionamento chegou a se estender por cerca de 2 quilômetros.

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Um teleoperador da empresa, que também não quis se identificar, disse à Sagres que a companhia começou a liberar do serviço pessoas do chamado “nível 3” como idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, que integram o grupo de risco da covid-19.

Entretanto, outro servidor da empresa diz que pertence ao grupo de risco, mas não que não foi procurado pela Oi para ser dispensado do serviço. “Sou grupo de risco, sou hipertenso, tomo remédio para pressão. No meu grupo, ninguém perguntou nada para ninguém. Sou hipertenso há mais de 10 anos”, afirma. 

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha a manifestação, que passou a ser realizada na via lateral da BR-153, próximo à portaria da empresa. 

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<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Teleoperadores fazem protesto na BR-153 em Goiânia nesta quinta-feira (19). Os manifestantes reclamam do risco de disseminação do novo coronavírus na central de atendimento. ?Reprodução/Whatsapp <a href=”https://t.co/3Q8sglkAnq”>pic.twitter.com/3Q8sglkAnq</a></p>&mdash; Rádio Sagres 730 (@sagres730) <a href=”https://twitter.com/sagres730/status/1240706133410689024?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 19, 2020</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
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Sindicato 

O Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de Goiás (Sinttel-GO) publicou um material informativo, o “Orelhinha”, pedindo a suspensão de 50% das atividades nos callcenters “tendo em vista o risco eminente de vida, dando aos trabalhadores férias coletivas como orienta o documento emitido pelo Governo Estadual “Art. 9º Aos estabelecimentos afetados pelas medidas estabelecidas nesse decreto abre-se a possibilidade de concessão de férias coletivas nos termos do decreto-lei nº 5.452, de 1º de Janeiro de 1943 (CLT)”. 

“No início da semana solicitamos que as empresas tomassem as devidas providências com relação à higiene e prevenção nos postos de trabalho, porém recebemos centenas de denúncias dos trabalhadores afirmando o descaso e irresponsabilidade das empresas. Tendo em vista o risco de vida de nossos trabalhadores recomendamos o fechamento parcial das atividades no call center”, disse o presidente do Sinttel-GO, Alessandro Torres. 

No informativo, o sindicato pede ainda “encarecidamente que a sociedade evite ligar para empresas de call center” e que a “categoria depende da compreensão de toda a sociedade”. 

Posicionamento 

A reportagem do Sagres On entrou em contato com a Atento Brasil, mas ainda não obteve resposta até esta publicação. A assessoria de comunicação da Vivo informou que, por se tratar de “call center e manifestação de teleoperadores”, é necessário falar com a Atento Brasil. A reportagem não obteve retorno da Oi. O espaço segue aberto. 

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Atualizada às 16h38 para acréscimo de relato de teleoperador do grupo de risco