Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Neste domingo (3) foi realizada a primeira fase do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova foi composta por questões de linguagens, ciências humanas e redação, que teve como tema “democratização do acesso ao cinema no Brasil”. A professora do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, Geórgia Cynara, em entrevista à Sagres 730 comentou sobre o assunto.

“Nós estamos falando de diminuir o ingresso de cinema no shopping, que está passando filmes norte-americanos, ou estamos falando da democratização do fazer, do pensar e do elaborar cinema sendo público?”, indagou. Segundo a professora, a redação do Enem 2019 trouxe um assunto que tem diversas abordagens. “O assunto é muito importante, mas, conforme o tema foi estabelecido, temos aí uma faca de dois gumes.

Geórgia destaca que falar de democratização do cinema não é o mesmo que falar que ele precisa ser democratizado. “Acho muito interessante pensar, nas cabeças que elaboraram essa prova e nas cabeças que corrigirão essas provas”, ressalta.

“O acesso aqui não pode ser pensado apenas geograficamente e economicamente. Ele precisa ser pensado em termos culturais, em termo de identidade. Porque da mesma forma que é muito importante a sala de cinema, a questão da programação dessas salas, que envolvem questões comerciais e também questões de soberania nacional, de identidades nacionais e cultura, também são muito importantes de serem pensadas”, defendeu.

Na última terça-feira (29) o governo assinou uma parceria com a Fundação Joaquim Nabuco para que 20 obras do cinema brasileiro sejam distribuídas com acessibilidade no Brasil. A professora Geórgia acredita que esse fato pode ter influenciado na decisão do tema. “Uma das teorias é que a assinatura dessa parceria pode ter influenciado”, destaca.

Segundo Geórgia o tema era amplo, mas ela defendeu alguns pontos que, segundo ela não poderiam faltar na dissertação. “Na minha opinião não poderiam deixar de estar nessa redação a questão da diminuição dos cinemas de rua, a questão do cinema estrangeiro e do cinema nacional, ou seja, a distribuição desses produtos culturais. A questão das plataformas de vídeo on demand. Abordar também de qual cinema estamos falando e qual programação precisa estar acessível ao público. Logo, as questões de cultura e identidades nacionais”, afirma.

Para o ministro, Abraham Weintraub, tudo estava encaminhado para ser o “melhor Enem”. tudo estava encaminhado para ser o “melhor Enem”. Uma imagem da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 circulou nas redes sociais no início da tarde, quando a prova começou. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou a informação, em nota, mas ressaltou que a divulgação não prejudicava os participantes.

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