No podcast Tenha Voz desta terça-feira (7), conteúdo alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 05 (ODS 05) – Igualdade de Gênero – da Agenda 2030 da ONU, a advogada especialista em Direitos Humanos, Mayra Cardozo, fala sobre a autonomia financeira entre as mulheres, uma realidade que, com a pandemia de Covid-19, parece ficar cada vez mais distante para a maioria delas. Confira a seguir

“A pandemia escancarou a divisão sexual do trabalho, porque há pesquisas que falam que o no momento de isolamento social, a produtividade dos homens cresceu drasticamente, enquanto a das mulheres diminuiu muito. Isso ficou claro, o quanto a mulher teve de se dividir em sua atividade profissional, na de maternar, de ser mãe, e na atividade doméstica, deixando claro como são escancarados os estereótipos de gênero”, avalia.

Um dos perfis que também escancaram essa desigualdade, segundo Mayra Cardozo, é a diferença salarial. “O mercado de trabalho da mulher é muito difícil, ele tem muita exploração e falta de equidade salarial. Por mais que a mulher saia para trabalhar, ela não tem como manter o sustento da casa sozinha. Então o homem continua sendo o provedor, ditando as regras daquela relação doméstica”, analisa.

Solução?

Para a advogada, o fator mais preocupante nessa relação de desigualdade entre homens e mulheres é o risco do aumento de casos de violência doméstica e de gênero. Mayra Cardozo acredita só a educação do homem, desde a infância, pode mudar esse cenário.

“O homem precisa ser educado no sentido de entender que a atividade que a mulher exerce âmbito doméstico é tão importante quanto a que ele exerce fora de casa, porque se ele está indo trabalhar é porque tem alguém ali cuidando dos filhos, tem alguém fazendo acontecer ali dentro. Isso só seria resolvido através da questão educacional”, pontua.