Site oficial do Timão faz reconstituição da histórica conquista de Dida, Ricardinho, Rincón, Vampeta, Marcelinho Carioca, Edílson e companhia     Da Agência Corinthians   Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 2000. Nada de Real Madrid, Manchester United ou ainda Vasco da Gama. O mundo é do Corinthians! Após empatar por 0 a 0 com o clube carioca, o Timão venceu por 4 a 3 nos pênaltis e sagrou-se o primeiro campeão mundial reconhecido pela FIFA.   Das arquibancadas, a festa no Maracanã foi acompanhada de perto pela massa alvinegra. A Fiel tomou o “maior do mundo”, em uma cena que remetia à histórica invasão de 1976. Em campo, o nervosismo tomou conta dos jogadores até o segundo final, decisivo, quando Edmundo desperdiçou a última cobrança de pênalti vascaína.   Depois de bater Raja Casablanca, de Marrocos, e Al Naser, da Arábia Saudita, por 2 a 0 – gols de Luizão e Fábio Luciano no primeiro e Ricardinho e Rincón no segundo jogo – e empatar com o Real Madrid em 2 a 2 – gols de Edílson –, foi a vez do Vasco. A decisão, no entanto, foi o ponto mais complicado de toda a campanha. O rival contava com atletas de renome como Amaral, Felipe, Juninho, Viola, Romário e Edmundo.   Teoricamente jogando em casa, o Vasco foi para cima. Logo no primeiro minuto, Juninho bateu escanteio com veneno e Romário quase conseguiu completar para o gol. A resposta corinthiana foi imediata. Edílson recebeu lançamento pela direita, invadiu a área e bateu cruzado, mas Luizão chegou atrasado.   O lance incendiou a Fiel e empolgou os atletas em campo. Pouco depois, foi a vez de Ricardinho levar perigo ao gol de Hélton. O meia arrancou pela esquerda trazendo a bola pelo meio e bateu forte, mas o goleiro vascaíno segurou. Já aos 12 minutos, Edílson arrancou novamente pela ponta e cruzou. Luizão dominou e bateu, mas a bola explodiu na zaga e subiu.   Cinco minutos depois, os cariocas reagiram com Paulo Miranda em chute que bateu nas redes pelo lado de fora. Felipe foi outro que mostrou sua técnica ao fazer fila e, na entrada da área, rolar para Edmundo. O chute do atacante rival, porém, foi bloqueado pela defesa. Uma vez mais, o Timão respondeu, destacando o equilíbrio digno de uma grande decisão. Ricardinho enfiou pelo meio para Marcelinho. O Pé de Anjo virou e bateu de primeira, mas Hélton se esticou todo e fez bela defesa.   A segunda etapa começou e a igualdade se manteve. Edílson, sempre ele, arrancou pela direita aos cinco minutos de partida, invadiu a área e bateu cruzado. A bola passou com perigo na frente do gol. A resposta vascaína veio no minuto seguinte. Gilberto completou bola espirrada pela zaga e soltou a bomba. Dida apenas viu a bola sair à direita.   Pouco depois, Marcelinho cobrou escanteio venenoso e só não marcou o gol olímpico porque Hélton interveio. O tempo passava e a bola parada de Marcelinho seguia assustando o adversário. Em nova cobrança de escanteio do camisa 7, Luizão chegou atrasado e, por muito pouco, não conseguiu abrir o placar.   Conforme os gols não saíam, a situação ficava dramática e as equipes passavam a se cuidar mais defensivamente. Com menor exposição a riscos, o 0 a 0 foi levado à prorrogação e se manteve durante os 30 minutos do tempo extra. O campeão do I Mundial de Clubes da FIFA seria conhecido após a cobrança de penalidades – e no gol corinthiano estava ninguém menos que Dida.   Na primeira rodada, Rincón deslocou Hélton e abriu o placar para o Timão – a bola ainda bateu na trave antes de entrar. Romário empatou para o Vasco – Dida acertou o canto, mas a bola passou embaixo dele. Na segunda série, Fernando Baiano cobrou com classe e fez, assim como Alex Oliveira. Na terceira rodada, Luizão bateu no cantinho, Hélton se esticou todo, mas não evitou o terceiro gol corinthiano. Já quando Gilberto foi bater, brilhou a estrela do camisa 1 do Timão – Dida, seguro, fez a defesa e deixou a equipe em vantagem.   Edu cobrou o quarto pênalti para o Corinthians e fez. Pelo Vasco, Viola foi para a bola e manteve os cariocas na disputa: 4 a 3. Chegava a hora da decisão. Exímio em bolas paradas, Marcelinho foi para a cobrança. Se ele fizesse, fechava a conta. O Pé de Anjo, entretanto, foi parado por Hélton, deixando a responsabilidade da conquista nas mãos de Dida.   Para a última cobrança, Edmundo foi para a bola. Caso ele fizesse, a disputa prosseguiria. Se errasse, fim de papo. Confiante, o camisa 10 avançou e deslocou o goleiro corinthiano. Mas a bola saiu à esquerda do gol. Em questão de segundos, o silêncio de tensão que assolava o Maracanã foi quebrado com uma explosão de alegria.   CORINTHIANS Dida; Índio, Adílson, Fábio Luciano e Kléber; Rincón, Vampeta (Gilmar), Ricardinho (Edu) e Marcelinho; Edílson (Fernando Baiano) e Luizão. Técnico: Oswaldo de Oliveira.   VASCO Hélton; Paulo Miranda, Odvan, Mauro Galvão e Gilberto; Amaral, Felipe (Alex Oliveira), Juninho (Viola) e Ramón (Donizete); Edmundo e Romário. Técnico: Antônio Lopes.