No último domingo (15), a partida entre Coritiba e Aruko, pela 1ª rodada do Campeonato Paranaense, acabou ofuscada pelas arquibancadas do estádio Couto Pereira. Apenas mulheres e crianças foram permitidas e promoveram uma grande festa.

Neste sábado (21), o fato se repetiu no jogo do Athletico Paranaense contra o Maringá, também pelo torneio estadual do Paraná. Ao todo, foram mais de 32 mil pessoas presentes na Arena da Baixada, que acompanharam a vitória rubro-negra por 1 a 0.

A exclusividade para mulheres e crianças se deu através de uma medida do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), que, após pedido dos clubes, revisou a punição dada pelas confusões entre as torcidas rivais na temporada passada.

Júlio César do Valle Vieira Machado, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Goiás (TJD-GO), destacou à Sagres que “não só eu, mas todo o tribunal achamos fantástica a medida dada pelo tribunal paranaense. Temos um colégio virtual dos tribunais brasileiros e nele chegamos a um consenso de que foi uma medida extremamente salutar”.

O jurista ressaltou ainda que “temos que coibir não somente a violência, mas também todo tipo de discriminação, qualquer ato que incomode a qualquer pessoa que frequente ou vá à uma praça de esportes. Temos que preservar o que é um bem social e cultural brasileiro, o futebol, aplicando medidas corretivas e educacionais”.

Questionado se a medida poderia impactar em torcedores que provocam confusões nos estádios, Júlio César afirmou que “sim, porque se não estaríamos denegrindo ou desacreditando da nossa sociedade de uma forma completa. Isso chega, mais cedo ou mais tarde, e esse ‘brigão’ vai se sentir envergonhado de ir em uma praça esportiva”.

Volta da torcida mista

Em entrevista recente, Adson Batista, presidente do Atlético Goianiense, destacou o desejo de poder contar novamente com torcedores de Goiás e Vila Nova no Antônio Accioly. Há alguns anos, por determinação do Ministério Público goiano, jogos entre os três grandes clubes de Goiânia não contam com torcida visitante.

Ciente de que a medida foi adotada pela segurança, o presidente do TJD-GO reforçou que “o sonho de todos é que possamos reunir as torcidas e ter a festa do futebol, com uma rivalidade sadia e que uma torcida possa frequentar a casa do outro. Queremos que isso volte ao futebol e iremos trabalhar para que isso aconteça”.

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