O rendimento-hora dos trabalhadores brancos foi 61,4% maior que dos pretos e pardos em 2022. Enquanto os brancos receberam R$ 20, pretos ou pardos receberam R$12,4 pelo mesmo período. A informação está na Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada nesta quarta-feira (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pretos e pardos são 54,2% dos ocupados do país. Mesmo assim, essa parcela da população aparece acima de todos os indicadores negativos e/ou preocupantes em relação aos brancos. Os brancos eram 44,7% das pessoas ocupadas. Os indicadores para os pretos e pardos são: ocupações com menor rendimento médio; proporção maior na informalidade; menor salário por causa do nível de instrução.
A informalidade atingiu 40,9% dos brasileiros em 2022, dentre os quais 46,8% eram mulheres pretas ou pardas. Em seguida estavam os homens pretos ou pardos (46,6%), mulheres brancas (34,5%) e os homens brancos (33,3%). De acordo com a Agência de Notícias do IBGE, “tal comportamento [nos dados] ocorre em toda a série da PNAD Contínua, iniciada em 2012”.
Mulheres e homens no mercado de trabalho
O mercado de trabalho ainda apresenta diversas desigualdades no recorte de raça, mas também entre as ocupações de homens e mulheres. Enquanto a ocupação dos homens foi de 63,3% no ano passado, as mulheres alcançaram 46,3%. O índice masculino apresentou-se maior mesmo entre as pessoas escolarizadas: 84,2% para os homens e 73,7% para as mulheres.
Gerente da pesquisa, João Hallak apontou que faltam políticas públicas que proporcionem a permanência das mulheres no mercado de trabalho. “Uma vez que a taxa de realização de afazeres no domicílio ou em domicílio de parente é mais alta para as mulheres, assim como a de cuidados de moradores ou de parentes não moradores”, disse.
Segundo a pesquisa, o rendimento-hora das mulheres brancas era de R$2.858, portanto, valor superior ao dos homens pretos ou pardos, que foi de R$2.230. “Esses resultados indicam a existência de desigualdade estrutural, dado que esses diferenciais, salvo pequenas oscilações, foram encontrados em todos os anos de 2012 a 2022”, explicou João Hallak.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 05 – Igualdade de gênero e o ODS 10 – Redução das desigualdades.
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