Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após um ano das primeiras denúncias de abuso sexual contra o médium João de Deus, a economia de Abadiânia-GO, cidade a cerca de 80 quilômetros de Goiânia, foi impactada com o fechamento de pousadas, hotéis e comércios. Segundo as vítimas do médium, os crimes aconteciam dentro da Casa Dom Inácio de Loyola, onde o médium realizava seus atendimentos espirituais.

O prefeito do município, José Diniz, disse à Sagres 730 nesta terça-feira (10), que atualmente, poucas pessoas visitam a Casa Dom Inácio de Loyola, “nem 10% do que era antes”, mas que continua recebendo algumas gente do mundo todo que acredita que o local tem “uma energia especial”.

Ainda segundo José Diniz, os primeiros meses após as denúncias foram os mais difíceis, mas que conseguiu amenizar a situação direcionando as energias para o Lago Corumbá 4. Ele ressaltou que um dos pontos mais bonitos do Lago é exatamente em Abadiânia, e que por isso foi possível fomentar e criar postos de trabalho e renda para o município.

“Nós regularizamos e conseguimos arrecadação imposto de ITBI e IPTU, então com relação às finanças, o que seria um incremento a mais para nossa economia, conseguiu tapar o buraco deixado pela falta de arrecadação dos turistas que visitavam o nosso município”, explicou. De acordo com o prefeito, dos 29 quilômetros que liga Abadiânia ao Lago Corumbá 4, 19 quilômetros foram pavimentados, facilitando o acesso dos turistas.

Em relação à geração de empregos e renda, o prefeito revelou que ainda não foi recuperado, mas que está instalando no município três grandes empresas que deve gerar cerca de 300 postos de emprego; uma fábrica de açaí, uma empresa de beneficiamento de feijão – Kicaldo – e a SAS Ambiental. Segundo o prefeito, a proximidade da cidade ao aeroporto de cargas é um atrativo para novas empresas.

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Caso João de Deus

No último sábado (7), as primeiras denúncias de abuso sexual contra o médium João de Deus durante tratamentos espirituais na sua casa de atendimento Dom Inácio de Loyola, completaram um ano. Naquele 7 de dezembro, treze mulheres contaram suas histórias – dez delas no programa Conversa com Bial, da Rede Globo, e as outras três no jornal O Globo. Desde então, o Ministério Público foi procurado por mais de 300 mulheres que o acusam de crimes sexuais, incluindo sua filha.

A promotora do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Ariane Gonçalves, detalhou à Sagres 730 nesta terça-feira (10) que são 11 processos em andamento, desse número nove são referentes ao crime de abuso sexual, um referente ao a armas [que já foi sentenciado], e um por ameaça a testemunhas. Segundo a promotora, dos nove processos referentes ao crime sexual, dois deles estão na fase final, ou seja, está aguardando sentença. Os outros estão sendo instruídos, que é o depoimento das vítimas e testemunhas.

O médium tem uma condenação em primeira instância, que prevê condenação de quatro anos de prisão. A promotora explicou que a juiza decretou prisão preventiva, porque as vítimas e testemunha estão se sentindo ameaçadas e que há relatos de que João de Deus praticava crimes mesmo perto de sua prisão, a juíza entendeu que se ele estiver solto, existe uma grande probabilidade de que ele continue praticando crimes.

“Entendendo dessa forma, a juíza manteve a prisão preventiva mesmo com a condenação. Para executar a pena, não pode [continuar preso] porque para executar necessita do trânsito em julgado, mas ele precisa continuar preso cautelarmente, uma cautela para o processo e uma cautela para vítima e para testemunhas”, detalhou. “Foi nesse sentido que ele se manteve preso, mas além dessa prisão preventiva do processo das armas, existe também uma prisão preventiva decretada na primeira denúncia que foi oferecida em relação aos crimes sexuais”.

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