(Foto: Sagres on)

O PSB parecia em paz. A senadora Lúcia Vânia já tinha definido o caminho do partido, ao lado de Zé Eliton (PSDB), e com isso garantido espaço para ser candidata a senadora na chapa, ao lado do governador tucano Marconi Perillo. De repente, ganha destaque a possibilidade de Vanderlan Cardoso trocar a legenda pelo Podemos, para ser vice de Ronaldo Caiado (DEM).

Não há nada certo na saída de Vanderlan, a não ser a incerteza criada. Quer dizer que ele ainda não bateu o martelo sobre o assunto, o que leva ao ponto seguinte, que é a vice de Caiado não virar fato. O que há de concoreto é o desconforto dele no PSB. E cada vez que se busca informação sobre a situação interna da legenda, mais evidente fica que tudo está centrado em razões muito pessoais para seu posicionamento.

Vanderlan está centrado na gestão de suas empresas, e pretende focar nisso por mais algum tempo antes de se dedicar propriamente à política. É o que mostrou nesta manhã, ao Manhã Sagres, o vereadore Elias Vaz (PSB). Elias tenta apaziguar os ânimos para restabelecer a paz. Para isso, conversa com Elias e com a senadora.

Ao ponderar sobre a motivação atual de Vanderlan, ele indica que ainda é possível resolver tudo para que tudo continue como está. O objetivo empresário é a eleição para prefeito de Goiânia, daqui a dois anos. Ele foi candidato na eleição passada e perdeu. Quer tentar de novo. Para isso, um partido estruturado é essencial. O PSB cumpre bem isso. O Podemos cumpre?

Eis uma questão posta na mesa, e que é mais uma a indicar que Vanderlan talvez não queira propriamente sair do PSB, e sim ajustar as conversas internas. Pode sair? Sim, já que, em momento de ânimos exaltados uma frase mal colocada, uma expressão fora do tom, tudo contribui para piorar o que já está ruim. Mas é isso: Vanderlan acena com a saída, enquanto aguarda os desdobramentos no partido.

Para Caiado, ter Vanderlan na chapa seria um ganho relevante. Não ter, passa a ser um contratempo, depois da exposição da saída e de uma possível vice. O curioso de tudo é que Vanderlan sempre mostrou mais propensão para o diálogo não com Caiado, mas com Daniel. Com Caiado, ao contrário: já houve momentos tensos, desde que Vanderlan disputou o governno em 2010.

Na passagem de Vanderlan pelo MDB, foi Daniel um de seus interlocutores frequentes. Ele e o pai, Maguito Vilela. O estranha, aos olhos de quem sempre acompanhou o empresário, foi ele ter aceitado ser candidato a prefeito com o apoio de Marconi e Eliton em 2016. E até isso foi superado, com a manutenção do bom entendimento com o vice mesmo depois. Inclusive nos últimos dias, nas costuras para apoio do PSB á chapa governista.

A notícia da saída do PSB com chance de ser vice de Caiado é, assim, ponto de estranheza geral. Porque coloca Vanderlan num turbilhão de incerteza que mais coloca interrogação sobre sua tragetória nos últimos anos – indo da oposição para o governo e, quem sabe, volta para oposição – do que resolve questões que interessam a ele diretamente. Como a consolidação de uma candidatura ao Paço, em 2020.