Veículos sul americanos apostam na gamificação da notícia para atrair novos públicos

Fonte: Reprodução/ La Cuestion Publica

Hoje é o primeiro dia de um novo ciclo. Começamos 2024 renovando as esperanças e com tantos planos feitos pensamos em oferecer ao mundo uma melhor versão de nós mesmos. Nos últimos dois anos, eu me dediquei ao mestrado em Comunicação e por isso eu ampliei estudos sobre a comunicação, principalmente sobre formatos, linguagens e a sustentabilidade de produções jornalísticas. 

Dois trabalhos foram apresentados e aceitos em revistas científicas: um com o objetivo de aprofundar estudos de desenvolvimento de um jornalismo construtivo a partir das visões da Agenda 2030 e outro sobre o processo de migração das rádios de Goiânia do AM para o FM.

A migração das relações humanas de uma estrutura analógica para o ambiente digital provoca grandes transformações na forma como interagimos com a produção e o consumo da informação. Por enquanto temos mais perguntas, mais dúvidas do que respostas.

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Desta forma, hoje resolvi trazer algumas experiências de produções jornalísticas que tive a oportunidade de estudar e estão se destacando pelo mundo. Elas chamam a atenção é por modelos disruptivos, frente aos modelos tradicionais e centenários, sem perder a qualidade de produção e a relevância para seu público. Vamos a alguns projetos:

A Rádio Chilango foi lançada em agosto de 2023 na cidade do México. Seu objetivo é trazer música e informação ao público e se distanciar de temáticas que já são exaustivamente debatidas por outras emissoras, como por exemplo a forte violência vivenciada pelos mexicanos.

O foco das informações está direcionado a dicas instrutivas de experiências de viver em uma megalópole, como trânsito, poluição do ar, a configuração urbanística e suas obras. O seu valor está em sua estratégia de posicionamento em cada plataforma com propósito, linguagem e formato e periodicidade. Eles se identificam  por um jornalismo mais aprofundado e de serviços.

Veículos de jornalísticos sul-americanos apostam na gamificação das notícias para atrair e ampliar seus públicos. Na Colômbia, o periódico Cuéstion Pública criou o jogo “Desencanto” para apresentar de forma lúdica uma investigação jornalística sobre candidatos que enfrentam processos judiciais pendentes ou têm suspeitas de vínculos com organizações criminosas ou paramilitares. Esta é a quinta produção jornalística gamificada desde 2020 envolvendo investigação e dados.

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No Peru, o periódico Convoca, desde 2016, lança produções jornalísticas informativas, investigativas e gamificadas. Os custos de produção giram em torno de US$10 mil, levam cerca 4 meses de produção e por isso, os líderes peruanos decidiram por criar uma plataforma “Games for News” e a Escola Convoca para treinar jornalistas a desenvolver suas notícias sob a nova linguagem.

E por fim, eu sugiro este levantamento do jornalista André Duchiade com propostas de sete estratégias para a produção e distribuição de podcasts. O ponto estrutural está na narrativa imersiva. A proposta tem origem na conversa com a profª Doutora Luana Viana que é professora na Universidade Federal de Ouro Preto.

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[COP À COP]

– INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL. A União Europeia alcançou acordo histórico para regulação da tecnologia na região. A IA já está incorporada a diversas áreas e por isso há a preocupação de estabelecer um equilíbrio entre os riscos do mau uso e garantir privacidade e transparência aos usuários. Confira o documento na íntegra.

MOEDA VERDE. Com o objetivo de estimular a reciclagem e a Economia Circular, a cidade de Igarapé-Açu, no Pará, criou uma forma de recompensa àqueles que entregam materiais reciclados nos postos de coleta da cidade. A Moeda Verde é organizada em uma tabela que prevê o valor de cada kg. Por exemplo, seis quilos de plástico equivale a uma moeda que está equiparada ao real. Mais de 70 estabelecimentos comerciais já aderiram ao projeto.

HIDROGÊNIO VERDE. A Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig) e a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) firmaram acordos de cooperação para o desenvolvimento do Centro de Hidrogênio Verde (CH2V). Produzido a partir de recursos renováveis, o Hidrogênio Verde (H2V) é considerado por muitos especialistas como uma chave promissora para a transição energética, a descarbonização e a sustentabilidade.

MIGRAÇÃO DE TALENTOS. Em 2023, mais de 400 mil espanhóis deixaram o país em busca de uma vida melhor. O impacto desta perda de talentos, de acordo com estudos da BBVA-Ivie, representa uma perda de €150 milhões de euros, um 1% do PIB nacional. A migração vem crescendo desde 2019 em maiores de 25 anos e com curso superior completo.